
O deputado federal paranaense Filipe Barros (PSL), conhecido pelo alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal pedindo o cancelamento do depoimento dele à Polícia Federal marcado para hoje, em Londrina, dentro do inquérito que investiga a disseminação de notícias falsas e ameaças aos ministros da Corte.
Barros alega que não teve acesso aos autos. “Neste inquérito, as coisas não são da forma como preconiza a Lei, demonstrando uma clara tentativa do Estado em iniciar uma caça às bruxas”, afirmou a defesa do parlamentar.
Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, um relatório técnico da Polícia Federal identificou o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o deputado Filipe Barros como ‘influenciadores’ de divulgação de publicações com ofensas e ameaças ao Supremo Tribunal Federal. Em decisão, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito na Corte, caracterizou o ‘gabinete do ódio’ como associação criminosa dedicada a ataques ofensivos, subversão da ordem e quebra da normalidade democrática.
Em comum, ao menos onze perfis ‘influenciadores’ que se seguem e se compartilham nas redes foram identificados, incluindo o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o deputado Filipe Barros. Santos foi alvo de buscas e apreensões enquanto o parlamentar foi intimado a depor em até dez dias perante a Polícia Federal.
Em nota, o deputado disse ter o direito de se manifestar livremente “contra posturas equivocadas e autoritárias de ministros do STF” e que prosseguirá fazendo críticas contra essas pessoas sempre que julgar necessário”.
Segundo Barros, “aparentemente, o que o STF está querendo com essas hostilidades aos apoiadores do presidente Bolsonaro nas redes sociais, a deputados federais e às Forças Armadas, é provocar uma ruptura institucional para, depois, acusar a direita de antidemocrática, abrindo caminho para o retorno ao poder de PT e PSDB, os partidos responsáveis pela indicação da maior parte dos atuais integrantes do STF”.