
Em meio a um bate-boca entre vereadores da base do prefeito Rafael Greca (PSD) e de oposição, a Câmara Municipal de Curitiba aprovou hoje regime de urgência para o projeto que prevê a compra de 70 ônibus elétricos pela prefeitura da Capital, a um custo máximo de R$ 317 milhões. A proposta foi enviada no último dia 8 pelo Executivo à Casa. Com a urgência, poderá ser votada em plenário já na próxima segunda-feira.
A proposta prevê que, ao final da atual concessão, em 2025, os ônibus e a estrutura de recarga sejam revertidos ao Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC). Pelo cronograma, o planejamento é ter 16 ônibus modelo Padron piso alto em abril, 20 Padron piso alto em maio, 14 articulados de piso baixo em junho, 14 articulados de piso alto em julho e 6 Padron piso baixo em agosto, completando os cinco lotes. O custo médio dos ônibus padrão é de cerca de R$ 3 milhões, enquanto o dos articulados é de R$ 5,4 milhões, considerando impostos e transporte até Curitiba.
O projeto prevê que a URBS estará autorizada a subvencionar o serviço de transporte coletivo para a aquisição, pelas empresas operadoras do transporte coletivo, comprando os ônibus elétricos, para incorporação imediata ao sistema de transporte coletivo. O subsídio ou auxílio da URBS será por meio de dotação orçamentária do FUC – Fundo de Urbanização de Curitiba. A URBS deverá efetuar o pagamento dos veículos elétricos diretamente à instituição financeira em conta vinculada às empresas operadoras dos ônibus, mediante incorporação dos ônibus ao Sistema de transporte coletivo da cidade. O município ficará encarregado de fazer aporte no fundo dos recursos financeiros e rubricas orçamentárias necessárias para implantação desta operação de eletromobilidade, podendo, para tanto, proceder ao remanejamento de dotações orçamentárias em valores correspondentes às necessidades do Sistema.
O vereador Dalton Borba (PDT) como “vergonhosa e eleitoreira” a atitude do município de apresentar este projeto a menos de um ano das eleições municipais, e além disso frisou também que falta pouco mais de um ano para terminar o contrato do transporte coletivo no município, e por isso não seria prudente um investimento no sistema de quase R$ 320 milhões de reais para adquirir 70 ônibus elétricos, se ainda nem sabemos como será formalizado o novo contrato, em quais condições esse contrato será efetivado.
“Eu fico com muitas dúvidas, já que URBS está pesquisando, fazendo estudos e projetos desde 2018, porque esse projeto só chegou sexta-feira passada, quase seis horas da tarde. Um tema tão importante. Não posso calar as dúvidas, seria uma jogada eleitoreira para o próximo ano, para fazer propaganda, nós não sabemos como serão as condições novo contrato daqui a um ano. Eu não sou contra a compra desses ônibus, mas quero entender, porque da urgência, nós vamos ficar sem ônibus se a gente não comprar esses ônibus elétricos agora”, disse.
Borba afirmou que se a Urbs está estudando e elaborando projetos, pesquisando esse assunto a quase 5 anos, “porque o município manda esse projeto goela abaixo, em regime de urgência, para aprovarmos em apenas 15 minutos, após as explicações do presidente da URBS”.
A fala do vereador Dalton Borba provocou a reação do líder do governo Tico Kuzma, que respondeu acima do tom, afirmando que vergonha, vergonha mesmo foi o que o PDT no governo do ex-prefeito Gustavo Fruet fez com o transporte coletivo na época, quando a frota do transporte coletivo da cidade era sucateada.