Franklin de Freitas – Segundo debate acontece na praça Nossa Senhora do Salete

Candidatos de oposição se reuniram hoje na praça Nossa Senhora do Salete, no Centro Cívico, ao lado da prefeitura de Curitiba, para cobrar a presença do prefeito e candidato à reeleição Rafael Greca (DEM), nos debates da campanha eleitoral. É o segundo evento do gênero promovido pelo grupo. O primeiro aconteceu em 20 de outubro, na praça da Espanha, próximo à residência de Greca. Participaram deste segundo evento os candidatos Fernando Francischini (PSL), Goura (PDT), 
Eloy Casagrande (Rede), Renato Mocellin (PV), professora Samara (PSTU), Camila Lanes (PC do B), João Arruda (MDB), Letícia Lenz (PSOL) e Paulo Opuszka (PT).

“Continuamos querendo debater a cidade de Curitiba com o prefeito Rafael Greca, que se nega a participar dos debates dizendo que não tem segurança sanitária, mas ele está indo em vários eventos, participando de várias entrevistas. Nós queremos conversar com ele. Até quem vota nele quer uma satisfação. É normal em um período eleitoral que é democracia, renovação de mandatos, que as pessoas venham à público”, disse o candidato do PSL, Fernando Francischini. “Hoje nós escolhemos aqui justamente para que ele, da janela de seu gabinete, se ele está vindo trabalhar, ouvir os nossos projetos, poder apresentar os deles. Nós estamos esperando. O convite foi mandado publicamente pelos canais todos, para que ele pudesse descer e vir nos ouvir. Nós estamos aqui à disposição esperando a vinda do prefeito”, afirmou ele. 

Questionado sobre o que gostaria de perguntar a Greca, Francischini respondeu: “A pergunta é porque ele escolheu criar um auxílio emergencial somente para o transporte coletivo de Curitiba. R$ 120 milhões até agora podendo chegar a R$ 200 milhões até o final do ano. Quais foram os critérios, as prioridades que ele elencou para não ajudar os pequenos e microempresários, as pessoas que estão desempregadas, que estão dependendo totalmente do auxílio emergencial do governo federal. Então eu pergunto qual o critério e porque essa prioridade dele”, afirmou. 

Francischini também foi questionado sobre o fato de ter coordenado a campanha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que não participou de debates após ser esfaqueado em um evento eleitoral. “Veja, é muito diferente. Um estava esfaqueado, morrendo dentro de uma UTI. E outro está olhando para nós e participando todo dia de encontros, restaurantes”, argumentou o candidato do PSL. “A Covid do Greca durou 48 horas e ele saiu com claque”, afirmou. 

“É importante durante as eleições a gente debater as políticas públicas de Curitiba. Então estamos aqui na praça Nossa Senhora do Salete, do lado da prefeitura, com esse intuito, de promoção desse debate que visa o bem estar da população. E creio que todos os que estão presentes tem esse respeito pela democracia, pelos outros, a importância de um debate plural, democrático”, disse o candidato do PDT, Goura. “É um convite também para que o prefeito Rafael Greca venha debater conosco, com a população Curitibana, as propostas para Curitiba”, afirmou. 

Goura comentou ainda o que pretende para a reta final da campanha. “Para muita gente parece que não caiu a ficha de que as eleições estão logo aí. A gente tem dezessete dias até 15 de novembro. O nosso intuito é intensificar a campanha nas redes sociais, nas ruas. Mostrar que é importante votar, conquistar votos. E do nosso lado, mostrar que Curitiba pode ser realmente uma cidade democrática, inclusiva, que volte a ser vanguarda no urbanismo e nos temas ambientais”, disse. 

“O processo, a democracia é importante de discussão de apresentar propostas, ideias. Nós queremos fazer tudo isso de maneira muito equilibrada, com muito respeito a todas as candidaturas, sem um tom crítico contundente. Muito pelo contrário. Nós queremos discutir o futuro de Curitiba. Independente das divergências que possamos ter um com o outro aqui em relação ao projeto e as diferenças nesse plano de governo que cada um apresenta, nós precisamos discutir o futuro de Curitiba”, defendeu o candidato do MDB, João Arruda. 

“E o prefeito tem uma responsabilidade maior ainda porque tem que prestar contas do que fez nos quatro anos. Para isso que serve a campanha eleitoral. Assim como tem que prestar esclarecimentos a respeito da subvenção do transporte coletivo, do contrato que tem um valor muito alto da coleta de lixo, esses contratos de tecnologia e informação com a ICI Informática. Essa relação com empresas privadas que se sobrepõe muitas vezes aos interesses de pequenos empresários, trabalhadores. Nossa cidade tem bairros que vivem uma realidade bem diferente das musiquinhas e o colorido que ele apresenta no programa eleitoral na televisão”, apontou o candidato do MDB.

Para Arruda, a atitude de Greca é uma estratégia de campanha. “E fugir desse debate, se distanciar desse processo é desrespeitar o eleitor que precisa fazer uma opção. Mas o objetivo principal é mostrar para a cidade que não existe outra opção que não ele, prefeito, candidato à reeleição”, avaliou. 

Os candidatos resolveram promover debates em locais públicos depois que Greca não compareceu ao debate na Band TV, no dia 1º de outubro, alegando risco de contaminação pelo Covid.

No primeiro debate, Greca divulgou nota criticando os adversários. No texto ele afirmou que “a legitimidade de todo debate pressupõe o conhecimento de causa”. “Ficou claro que meus adversários não o tem pois a estratégia dos mesmos é de fazer ataques orquestrados à minha gestão e à minha pessoa. Preferia que eles tivessem apresentado suas propostas para a cidade. Para mim o desaforo é a ausência do argumento”, afirmou o prefeito.