
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, entrou com mais de uma centena de processos contra políticos e cidadãos que criticaram sua atuação à frente da corporação durante o processo eleitoral de 2022. Vasques é investigado pela suspeita de ter promovido bloqueios de rodovias em redutos eleitorais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da disputa presidencial do ano passado. E também pela suposta omissão da PRF no combate aos bloqueios de rodovias por bolsonaristas após as eleições.
De acordo com o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, o ex-diretor da corporação já teria entrado com 144 ações contra pessoas que criticaram sua atuação no comando da PRF. Entre eles estaria a deputada federal paranaense e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann; o deputado federal André Janones (Avante) e o superintendente da PRF no Paraná, Fernando César Oliveira.
Em recente entrevista ao Podcast Plantão 190, do Bem Paraná, Oliveira, que foi nomeado para o cargo pelo governo Lula, afirmou que a PRF passaria a ter uma atuação técnica e não ideológica. Oliveira também falou sobre a instrumentalização da PRF durante as eleições: “Se houve essa instrumentalização, também houve pouca resistência por parte dos policiais, mas há uma melhora já e tenho certeza que a PRF vai recuperar a imagem com muito trabalho”, disse ele.
Vasques foi nomeado diretor-geral da PRF em abril de 2021, dias após Anderson Torres se tornar ministro da Justiça. Quando ainda estava no comando da corporação, ele publicou uma mensagem no Instagram com pedido de voto ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, no dia 29 de outubro, às vésperas do segundo turno da eleição.