Requião: recurso ao Supremo. (Franklin de Freitas)

Nem mesmo nasceu, a coalizão de nove partidos anunciada hoje para articular uma aliança para as disputas pela prefeitura de Curitiba e governo do Paraná nas próximas duas eleições já foi alvo de “fogo amigo”. A iniciativa tomada pelo presidente estadual do PT, deputado Arilson Chiorato, de reunir uma frente que incluiria PSDB, além de PCdoB, PDT, PSB, PSOL, PV, Solidariedade e Rede, foi bombardeada pela família Requião.

Líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, o deputado Requião Filho (PT), já abriu a sessão de hoje afirmando que o PT não pode abrir mão de ter candidato próprio à prefeitura da Capital, e dizendo que qualquer aliança tem que ser feita com quem defende as mesmas bandeiras, e não em troca de apoios ou “negócios”.

“Acontece que à boca pequena, aqui e ali, correm boatos, fofocas, de que o PT não terá candidatos, não apresentará lideranças, nomes. Irá negociar apoios. Se é por falta de nomes, o problema está resolvido. Não é de minha vontade disputar a prefeitura de Curitiba. Os meus planos, no momento são discutir o Paraná e o Brasil, em uma discussão mais macro, montando um grande grupo para devolver o Paraná aos paranaenses, que seja, em 2026”, defendeu.

“Mas o PT estadual tem nomes, sim. Tem inclusive o Tadeu Veneri, a Carol Dartora, por que não, o Renato Freitas. O partido deve existir e se colocar como instituição, trazendo nomes e novas lideranças. Se não for possível, ou se for o melhor caminho uma composição, que seja feita com pessoas que defendem as mesmas bandeiras, ideias. De uma prefeitura solidária, de combater o transporte público de Curitiba que rouba a nossa cidade há décadas”, atacou o filho do ex-governador Roberto Requião (PT).

|Partido foi feito para debater ideias, não para debater negócios e apoios”, concluiu o parlamentar.

O pai do deputado, Roberto Requião, foi ainda mais incisivo. Em entrevista ao blog Politicamente, disse que qualquer aliança só poderia ser discutida em cima de um programa de governo progressista. “Jamais um acordo poderia ser feito fora de um plano de governo: qual é a política de transporte? qual é a política de desenvolvimento urbano da cidade? Como fica a privatização do sistema informatizado do ICI (Instituto Curitiba de Informática)?”, disse ele. “Em cima de uma proposta de governo seria razoavelmente decente, o mais é canalhice pura e simples aliança com pessoas. É uma negociata burra e sórdida”, atacou.

A ideia da coalizão é articular uma possível aliança para enfrentar os candidatos dos grupos do governador Ratinho Jr (PSD) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de um provável nome ligado à operação Lava Jato, tanto nas eleições para a prefeitura da Capital como para o governo do Estado.

Entre os presentes estiveram na reunião de hoje estiveram o presidente do PT do Paraná, deputado Arilson Chiorato, e o ex-deputado Michelle Caputo, membro da Executiva Estadual do PSDB. PT e PSDB são tradicionais rivais políticos no Estado. Caputo defendeu a abertura de conversas entre esses partidos e os demais, e disse falar em nome do presidente da legenda no Paraná, o ex-governador e hoje deputado federal Beto Richa.