
O senador Flávio Arns (PBS) foi o único dos três representantes do Paraná a votar a favor da proposta da Reforma Tributária aprovada quarta-feira (8) no Senado. E não só. Arns também atuou a favor de uma das emendas mais questionadas pela bancada do Estado: a manutenção dos benefícios fiscais para montadoras de carros a combustão.
A bancada paranaense defendia a concessão de benefícios fiscais apenas para fabricantes de veículos com combustível renovável. Exatamente o que constava na versão original do relatório da proposta, focada nos veículos elétricos.
No Paraná, as principais montadoras estão em fase de transição, fazendo investimentos pesados para expandir a produção de veículos elétricos. Segundo maior polo automobilístico do Brasil, o setor emprega 40 mil trabalhadores no Paraná, sendo 12 mil só nas montadoras de automóveis, caminhonetes, utilitários, ônibus e caminhões.
No dia da votação, o próprio governador Carlos Massa Ratinho Junior se posicionou contra a proposta da reforma encaminhada ao Senado. Entre outros pontos, disse que a manutenção dos benefícios ficais para veículos à combustão iria contra a questão da sustentabilidade.
Mesmo assim, Arns acompanhou a bancada do PSB para para garantir a prorrogação do incentivo fiscal à produção de carros flex (movidos a etanol e gasolina). O senador paranaense teria procurado o líder da bancada do PSB, o senador Jorge Kajuru (GO), a pedido do vice-presidente Geraldo Alckmin, que é do mesmo partido.
A prorrogação de incentivos fiscais para veículos a combustão desagrada as montadoras não só da Região Sul, como as do Sudeste. Três delas chegaram a publicar um anúncio dizendo que o dispositivo beneficiaria as concorrentes. Hoje, a maior produção de veículos a combustão está no Nordeste e Centro-Oeste.
A prorrogação do incentivo, porém, é um desejo do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tanto que é conhecida como “emenda Lula”.