
O candidato a prefeito de Curitiba Fernando Francischini (PSL) protocolou hoje no Ministério Público Federal (MPF) uma representação criminal contra o atual prefeito Rafael Greca (DEM), a quem acusa de destinar recursos públicos para uma empresa de seus familiares. A denúncia foi exibida na noite de ontem no programa eleitoral do candidato.
Segundo a campanha de Francischini, foram reunidos diversos documentos, entre eles decretos assinados por Greca e matrículas de imóveis que, supostamente, comprovariam o repasse de recursos federais, especificamente do PAC 2 (Programa de Aceleração do Crescimento), para a Construtora Greca, cujos sócios seriam parentes do atual prefeito. O que caracterizaria crime de responsabilidade e improbidade administrativa, alega o candidato.
“Isso é má gestão do recurso público afetando diretamente os princípios da administração, como impessoalidade e legalidade. O prefeito beneficiou a própria família ao fazer desapropriações, usando recurso público federal, para atender interesse pessoal, familiar. Isso é um absurdo,” disse Francischini, em entrevista à imprensa na frente da sede do MPF.
De acordo com a denúncia, antes de começar a obra, Greca assinou no dia 10 de maio de 2017, cinco meses depois de assumir a prefeitura de Curitiba, o decreto número 1.128 que desapropriava cinco imóveis para a realização de obras de contenção de enchentes que chegaria à cifra de R$ 521 milhões. “A desapropriação é necessária para execução de intervenções na Bacia do Rio Pinheirinho, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento”, diz um trecho do decreto, segundo o candidato de oposição.
Todos estes cinco imóveis pertenceriam à Construtora Greca, segundo documentos obtidos em cartórios, afirma o PSL. Por apenas um terreno, de apenas 175 metros quadrados e que tem um rio no meio, a prefeitura pagou quase R$ 400 mil, alega o partido.
Dentro da prefeitura de Curitiba tramitam procedimentos para a desapropriação dos outros quatro terrenos, afirma a denúncia. O valor que a prefeitura pode pagar para os parentes do prefeito Rafael Greca pode ultrapassar a cifra dos milhões, aponta Francischini na representação.
“Estamos pedindo ao MPF para que abra um inquérito perante à Polícia Federal. Vamos representar também junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), que fiscaliza o emprego de verba federal. Como delegado da PF, eu não poderia me omitir neste momento”, afirmou o candidato.