Marcelo Camargo/Agência Brasil – TSE: ministro Barrosso criticou a alta alta taxa de violência por motivação política

Informações consolidadas pela Assessoria Especial de Segurança e Inteligência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgadas hojerevelam um aumento de crimes violentos contra candidatos e pré-candidatos nas eleições de 2020. Entre janeiro e novembro deste ano, foram registrados 99 casos de homicídio tentado ou consumado. Somando-se ainda os crimes de ameaça e lesão corporal contra candidatos, obtêm-se um total de 263 registros. Foram 63 casos em oito meses – de janeiro a agosto – e 200 nos últimos dois meses, entre setembro e novembro.

Os dados foram obtidos a partir de informações do Instituto Terra de Direitos, Justiça Global, sistema Córtex, do Ministério da Justiça e Segurança Pública e ainda de notícias oriundas dos veículos de comunicação.

A linha do tempo do estudo revela que, desde 2016, houve um salto de crimes violentos na política. Naquele ano, 46 candidatos e pré-candidatos foram vítimas de atentados. Em 2018, outros 46 candidatos também foram alvo de ataques, chegando aos 263 registros em 2020.

Mulheres – Ontem, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, divulgou mensagem nas redes sociais, fazendo um balanço das eleições e criticando a alta  alta taxa de violência por motivação política, especialmente contra mulheres. “A violência física ou moral contra as mulheres pelo simples fato de serem mulheres é inaceitável. Esse tipo de atitude, esse tipo de comportamento é pior do que machismo; é, na verdade, covardia”, disse ele.

Neste ano, houve um aumento no número de vereadoras eleitas, no primeiro turno, e temos mais de 50 mulheres candidatas a prefeitas e vice-prefeitas, no segundo turno. “Precisamos de mais mulheres na política e, portanto, precisamos derrotar essa cultura do atraso, da discriminação, do preconceito e das agressões às mulheres. Mais mulheres na política – Elas podem. O Brasil Precisa”, afirmou Barroso citando o slogan da campanha do TSE por mais mulheres nos espaços de poder, protagonizada pela atriz Camila Pitanga.

O ministro destacou ainda que, apesar de os crimes eleitorais, como boca de urna, compra de votos e transporte ilegal de eleitores, terem diminuído neste ano, os crimes contra a vida – como homicídios e tentativas de homicídio -, e contra a liberdade pessoal (ameaças) a candidatos aumentaram. Para ele, a violência é incompatível com a democracia. “É preciso jogar limpo e civilizadamente. E os órgãos de segurança pública estão vigilantes em relação à atuação do crime organizado”, apontou.