
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, determinou ontem que o processo da Operação Piloto contra o ex-governador Beto Richa (PSDB) seja encaminhado para a Justiça Eleitoral do Paraná. A operação investiga um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a Parceria Público Privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323, entre Maringá, no norte do Paraná, e Francisco Alves (região Noroeste), que nunca foi iniciada.
O processo tramita desde 2019 na Justiça Federal, em Curitiba. O ex-governador e outras cinco pessoas são réus no processo acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude a licitação. Entre os réus, estava o empresário Luiz Abi Antoun, primo de Beto Richa, que morreu, no último dia 8, em um acidente na BR-163, em Itiquira, a 359 km de Cuiabá (MT). De acordo com a denúncia do Ministério Público, políticos e agentes públicos receberam propina da construtora Odebrecht em contrapartida ao direcionamento na licitação da PR-323.
Segundo MPF, o nome da operação, que foi a 53ª etapa da Lava Jato, faz referência ao codinome usado nas planilhas da Odebrecht para se referir ao ex-governador. O juiz Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª vara federal de Curitiba, ainda não foi notificado da decisão e, por isso, não encaminhou o processo para a Justiça Eleitoral. Em geral, a Justiça Eleitoral tem penas mais brandas do que a comum. A defesa do ex-governador Beto Richa afirmou que a decisão do ministro Gilmar Mendes foi correta.