
O senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) saiu em defesa de sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil/SP), que vem sendo atacada por bolsonaristas por ter votado a favor da reforma tributária, aprovada na semana passada pela Câmara Federal. Moro afirmou que ela defendeu o adiamento da votação para melhor discussão, mas foi vencida. Em seguida, segundo ele, votou a favor da proposta “ponderando prós e contras”. O próprio senador sugeriu que deve votar pela aprovação da matéria no Senado, para tentar “melhorá-la”.
“A deputada @rosangelamorosp votou com a consciência. Primeiro, votou a favor de adiar, para que houvesse maior reflexão quanto ao tema. Foi vencida. Após, ponderando prós e contras, votou a favor. A reforma é isso, tem pontos positivos e outros negativos e no Senado tentaremos melhorá-la. Somos contra o aumento de impostos ainda mais para um Governo federal gastador”, escreveu o ex-juiz no twitter.
Moro defende Rosângela: deputada justifica o próprio voto
A própria Rosângela Moro justificou seu voto. “Votei sim para que deixemos de ser o pior sistema tributário do mundo, mas reforço minha oposição à velocidade do processo. Defendi a necessidade de mais discussões e aprofundamento do texto. Contudo, melhor para o país foi votar sim para a reforma tributária. Apoiar a simplificação que favorece o ambiente de negócios e zerar a cesta básica é ajudar nosso país”, explicou.
Moro defende Rosângela: internautas e bolsonaristas mantém críticas ao casal
As explicações não convenceram muitos dos internautas e bolsonaristas que acompanham o casal Moro nas redes sociais. A maioria manteve às críticas aos dois pelo apoio à proposta, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou como “reforma do PT”.
Veja abaixo algumas reações às justificativas do casal:
Moro defende Rosângela: reforma foi aprovada com folga após atuação de Lira e Haddad
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma tributária foi aprovada pela Câmara na última sexta-feira, em dois turnos, após 30 anos de discussões. O texto pretente simplificar impostos sobre o consumo, prevê a criação de fundos para o desenvolvimento regional e para bancar créditos do ICMS até 2032, e unifica a legislação dos novos tributos.
O texto foi elaborado pelo relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Segundo a proposta, uma lei complementar criará o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), para englobar o ICMS e o ISS; e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) para substituir o PIS, o PIS-Importação, a Cofins e a Cofins-Importação.
A proposta foi aprovada no Plenário por 382 votos a 118 no primeiro turno e por 375 votos a 113 no segundo turno de votação.
A atuação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL) foi decisiva para a aprovação, além do trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT/SP). Durante a votação, Lira chegou a deixar a Mesa Diretora da Casa para discursar da tribuna. Na ocasião, ele afirmou que a reforma tributária não era de um governo ou partido, mas um interesse do País. Lira lembrou ainda que foi aliado e votou em Bolsonaro, mas que ele foi derrotado, e que é preciso levar em frente as reformas necessárias para o desenvolvimento.