A tarifa do transporte coletivo de Curitiba poderia custar R$ 2,25 para o usuário, uma redução de 16,7% do valor atual de R$ 2,70. Essa foi a principal conclusão a que chegou uma comissão do Tribunal de Contas que fez uma auditoria sobre a Urbs (Urbanização de Curitiba), empresa que controla o transporte da cidade. No documento, 40 irregularidades foram apontadas em diversos pontos, desde a licitação do transporte até a planilha de cálculo da tarifa.
“A comissão levantou esses importantes achados e a ideia fundamental é alertar a administração pública e a Câmara dos vereadores para que haja uma mudança paradigmática na Urbs. Tanto na questão de metodologia, quanto na composição da tarifa”, disse o coordenador da auditoria, Cláudio Henrique de Castro.
O relatório, de 253 páginas, chegou a essa conclusão após três meses de trabalho e diversas visitas técnicas, auditorias, entrevista e estudos técnicos. A recomendação imediata do documento é de que a licitação do transporte coletivo seja anulada e a tarifa seja adequada ao valor recomendado.
“A recomendação é que a licitação seja anulada e durante um ano, obviamente, ficaria precário o serviço. No relatório demos a recomendação para que em um ano seja feita nova licitação com metodologia diferente. Mas essa decisão será do conselheiro relator e do plenário do Tribunal de Contas”, explicou Castro.
No documento da comissão do TC dois pontos principais embasam essas duas recomendações: o indício de favorecimento na licitação e a metodologia de cálculo da tarifa. Segundo o coordenador da auditoria, foi detectado um direcionamento na licitação do transporte público em 2010 e a participação de várias empresas com sócios em comum. “Todas as empresas que participaram têm ligações, o que é um indício de cartel”, disse Cláudio. O relatório aponta que na visão global dos três lotes licitados, a participação da família Gulin estava presente em 61% das propostas.