Política em Debate

O ÚLTIMO A SAIR APAGUE A LUZ!

Redação Bem Paraná

O abre da coluna desta terça-feira no JE.

Que se dê trato às bolas para a causa da debandada no PMDB. O fato é que, em uma semana ou menos, o partido está assistindo uma fuga sintomática. Conte-se os parlamentares que deixaram a nau naquilo que os peemedebistas insistem em chamar de acomodação eleitoral e calcule-se os efeitos negativos. De Geraldo Cartário a Mauro Moraes. De Edson Strapasson a Valdenir Dias e Fabiano Braga Côrtes. Pode parecer antes um traque do que uma bomba, porém é ao menos um indicativo de que as coisas não correm às mil maravilhas no partido em que Requião é juiz, bandeirinha e centroavante.
Em Curitiba, o PMDB foi a nocaute. Hoje, aquele que era o último vivente peemedebista na Câmara Municipal, Valdenir Dias, deixa a sigla sem olhar para trás porque pode virar estátua de sal. O partido está, portanto, vazio em sua base municipal. Para agravar o quadro, o deputado Mauro Moraes anunciou, ontem, a sua transferência para o PR (ex-PL). Volta para o reduto de onde, aliás, saiu defenestrado em 2005, por compactuar e fazer ouvidos moucos ante a acusação de Requião de que o então companheiro de partido, Edson Praczyk, teria pedido R$ 45 mil mensalônicos para votar projetos de interesse do governo. Nada ficou provado.
Ironia do destino, Moraes retorna para a legenda (agora renomeada) onde Praczyk ainda se abanca. Ah, a política…
A saída do parlamentar seria café pequeno, não fosse o fato de que Moraes tem um eleitorado cativo na região Sul de Curitiba – a mais populosa da cidade – e funcionava até então como um “vereador de luxo” na capital – vide os projetos que ele apresentou.
No caso de Edson Strapasson, que também deve migrar para o PR – sair do PMDB é certo – há um outro componente em jogo. Ex-secretário de Assuntos Metropolitanos de Requião, Strapasson pretende disputar a prefeitura de Colombo em 2008, onde terá como adversária principal a também deputada peemedebista e ex-prefeita do município, Beth Pavin. Pode ser uma questão paroquial, mas se enche de importância quando considerado que Colombo é uma das principais cidades da Região Metropolitana e, no ano passado, rendeu uma votação estratosférica para Requião. Com a saída de Strapasson, o PMDB e Requião perdem um braço político (ops) na Grande Curitiba. Não é pouca coisa. E, acredite, é só o começo.