
O governador Ratinho Junior (PSD) previu hoje poucas mudanças no primeiro escalão do governo por causa das eleições de outubro. Por lei, secretários de Estado que pretendem disputar as eleições têm que se desincompatibilizar dos cargos até 1º de abril, seis meses antes do primeiro turno. Segundo Ratinho Jr, as mudanças devem ocorrer nas pastas ocupadas por deputados que terão que deixar o governo para disputar a reeleição.
“Alguns ainda estão em definição. Mas basicamente aqueles que são parlamentares e vão buscar a reeleição. Em torno de quatro ou cinco, se não me engano”, afirmou o governador, que participou hoje da reabertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa.
O ex-chefe da Casa Civil, deputado Guto Silva (PSD), se antecipou ao calendário eleitoral e deixou o governo no último dia 12. Ele pretende disputar uma vaga no Senado.
Entre os outros nomes que ainda devem deixar o governo estão o secretário de Estado da Justiça e Trabalho, Ney Leprevost (PSD). Deputado federal licenciado, ele já anunciou que vai disputar a eleição. Mas ao invés de tentar um voto mandato na Câmara Federal, Leprevost pretende buscar um retorno à Assembleia Legislativa, como candidato a deputado estadual. Antes de ser eleito deputado federal, ele já teve três mandatos consecutivos no Parlamento estadual, entre 2007 e 2018.
Também deputado federal licenciado, outro que deve deixar o posto é o secretário de Estado da Infraestrutura, Sandro Alex (PSD). No caso dele, a tendência é uma candidatura à reeleição para a Câmara Federal. O secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes (PSD) – que também é deputado estadual licenciado – deve igualmente deixar o governo para disputar a reeleição.
O governador também disse que não há, por enquanto, previsão de envio à Assembleia de nenhum projeto polêmico antes do período eleitoral. “A princípio não. Nada que seja de grandes reformas, porque a gente conseguiu fazer nos três primeiros anos”, explicou Ratinho Jr.
Em seu discurso aos deputados, o governador fez um balanço de 2021, destacando a geração de empregos e o crescimento de 10% da indústria no Paraná apesar da pandemia da Covid-19. Ele afirmou ainda esperar que a retomada da economia já esboçada no ano passado continue e ganhe novo impulso em 2022.
“Enfrentamos alguns dos maiores desafios da história. Obstáculos como a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, que trouxe grandes consequências à produção agrícola e ao abastecimento, além de uma pandemia que ficará marcada por muito tempo em nossa memória. Mas da mesma forma que os desafios foram intensos, as respostas tiveram a mesma força”, disse o governador.
Ele apontou que o Paraná começa 2022 com mais de 70% dos paranaenses já imunizados com as duas doses e a vacina agora sendo aplicada nas crianças. “A imunização, que era nossa esperança no início do ano passado, está cumprindo o seu papel”, defendeu. Também lembrou que, depois de 649 dias, o governo do Estado suspendeu o rodízio de água na Região Metropolitana de Curitiba.