Renato Freitas se defende no Conselho de Ética e nega incitação à invasão da Alep

Editado por Josianne Ritz

Renato Freitas (PT) (Valdir Amaral/Alep)

O deputado estadual Renato Freitas (PT) negou, nesta segunda-feira (23), em depoimento ao Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná, ter incitado ou facilitado a ocupação do plenário da Casa durante protesto de professores, ocorrido em junho. O parlamentar é alvo de duas representações que pedem sua cassação, protocoladas pelos deputados Delegado Tito Barichello (União) e Ricardo Arruda (PL). Segundo as denúncias, Freitas teria se aproveitado da prerrogativa parlamentar para permitir a entrada dos manifestantes e incitar a invasão, interrompendo os trabalhos legislativos.

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Durante a reunião do Conselho, o deputado Renato Freitas reafirmou que não conhece os manifestantes e que não há qualquer vínculo entre eles e seu gabinete. “Há um inquérito policial concluso que identificou todas as pessoas envolvidas. Nenhuma delas sou eu ou tem relação comigo”, declarou. Ele também argumentou que sua atuação se limitou a informar os manifestantes sobre o andamento da votação do projeto do Executivo que institui a terceirização das escolas estaduais. “Apenas cumpri meu papel parlamentar. Se isso for criminalizado, estaremos censurando a atividade legislativa legítima”, disse.

As testemunhas arroladas pela defesa reforçaram a versão do parlamentar Renato Freitas. O delegado responsável pelo inquérito, Guilherme Maurício Wall Fagundes, afirmou que não há, nem nas imagens nem nos depoimentos colhidos, indícios de participação de Freitas na ocupação. Já a ex-assessora jurídica do deputado, Carolina Andrade, destacou que, embora o parlamentar apoiasse a causa dos professores, jamais o viu orientar ou incitar a entrada no plenário. O diretor de base da APP-Sindicato, Luiz Carlos dos Santos, também negou qualquer envolvimento de Freitas com a mobilização para a ocupação, classificando o ato como uma ação autônoma do movimento sindical.

Relatora tem cinco dias para apresentar parecer sobre processo de Renato Freitas

Com a fase de instrução encerrada, a relatora do caso, deputada Márcia Huçulak (PSD), terá cinco dias úteis para apresentar seu parecer. A sessão foi conduzida pelo presidente do Conselho, deputado Delegado Jacovós (PL), que rejeitou pedido da defesa para arquivamento por prescrição e impediu que os autores das representações interrogassem as testemunhas, com base em parecer da Procuradoria-Geral da Casa.