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Carla Zambelli (Foto Lula Marques/EBC)

Três senadores brasileiros embarcam nesta quarta-feira (17) para a Itália, onde visitam a deputada federal Carla Zambelli (PL/SP). Os senadores Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES) pretendem se encontrar com a deputada, presa desde julho em Roma.

O grupo vai embarcar nesta quarta-feira e retornará para o Brasil no dia 21 (domingo). Zambelli está presa no Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma. A Justiça local decidiu que ela seguirá presa no país durante o processo de extradição — a deputada teve a prisão preventiva decretada pelo STF por motivo de fuga.

A visita dos senadores à deputada tem o objetivo de “acompanhar de perto sua situação e prestar solidariedade”, diz a equipe de Girão. Reportagem do UOL mostrou que a perícia médica concluiu que o estado de saúde de Zambelli é compatível com a manutenção de sua prisão. A defesa dela insiste para um pedido de liberdade ou prisão domiciliar durante o processo de extradição da parlamentar.

A viagem será custeada com recursos próprios dos senadores, afirma a equipe do senador do Novo. Segundo a assessoria dos parlamentares, as despesas de deslocamento e estadia serão “integralmente” pagas pelo grupo.

Os senadores também querem se reunir com parlamentares italianos. O objetivo é buscar “interlocução com autoridades italianas competentes, reforçando a importância de que a deputada possa responder ao processo em liberdade”, afirma ainda a assessoria de Girão.

Zambelli saiu do Brasil após ser condenada a dez anos de prisão pelo STF. Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo condenou a deputada e o hacker Walter Delgatti Neto pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológico.

Os ministros também determinaram que ela perdesse o mandato na Câmara, o que está sob análise. Na semana passada, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara ouviu Delgatti no processo de cassação da parlamentar — na ocasião, ele afirmou que a deputada lhe disse que, caso ele fosse pego por invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), poderia dizer que ela havia ordenado. Da prisão, Zambelli acompanhou de forma virtual, chamou o hacker de mitomaníaco, reclamou da pena imposta pelo STF no caso e chorou em alguns momentos.