Sindicato dos Jornalistas do Paraná repudia ataques de bolsonaristas a profissionais

Redação Bem Paraná

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (SindijorPR) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgaram hoje nota em repúdio “as atitudes hostis contra profissionais de imprensa durante a cobertura dos desmontes de acampamentos em frente aos quartéis do Paraná e todo o Brasil”.

Segundo a entidade, ontem, uma equipe de reportagem da Band Paraná TV foi hostilizada por extremistas em frente ao Quartel-General do Pinheirinho, em Curitiba. O repórter Bruno Henrique e o repórter cinematográfico Bruno Moura ouviram xingamentos e foram ameaçados pelos extremistas, de acordo com o Sindijor.

Antes ainda, a equipe da RICTV Record também passou por intimidações no mesmo local por manifestantes que permaneciam ao redor do veículo em que o repórter Lúcio André e o repórter cinematográfico Emerson Guidolin estavam. Um dos bolsonaristas se aproximou com uma barra de ferro nas mãos, enquanto outro, aos gritos, tentou abrir a porta do veículo dando socos no vidro. Os profissionais conseguiram filmar a tentativa de intimidação dos manifestantes à equipe da outra emissora, que chegou na sequência, afirma o sindicato.

Ainda na parte da manhã, em frente ao 20° Batalhão de Infantaria Blindado, no Bacacheri, em Curitiba, o repórter Angelo Sfair, da Band News FM, também passou por ameaças à sua integridade física. Dentro do acampamento, o jornalista ouviu xingamentos e gritos de um extremista enquanto outros acampados se aproximaram reclamando dos registros feitos pelo profissional. O repórter foi acompanhado até a saída por um manifestante.

“Sozinho e sem respaldo da PM, eu acabei continuando a cobertura bem afastado, para evitar novas ofensivas ou alguma agressão física. Fiquei por lá aproximadamente uma hora até seguir para o Forte do Pinheirinho. Lá fui cercado e constrangido por pouco mais de 20 minutos, mas sem ameaças à integridade física”, relata Sfair.

“A ação dos manifestantes contra os profissionais de imprensa fere a Constituição e a democracia, além de cercear o direito de trabalho dos jornalistas, responsáveis por levar informações de credibilidade e segurança à população”, diz o sindicato

O SindijorPR afirma que está apurando outras equipes que também podem ter sofrido agressões ou tiveram seu direito de trabalhar ameaçado. “O SindijorPR condena toda violência por parte dos integrantes dos manifestos e cobra das autoridades estaduais e federais ações urgentes e garantias para que os jornalistas possam ter segurança no seu exercício profissional. A entidade solicita ainda que as empresas de comunicação priorizem a segurança de seus funcionários durante a cobertura dos desmontes de acampamentos e atos de vandalismo pelo país”, afirma no texto.