A Câmara Municipal de Curitiba aprovou ontem sugestão à prefeitura para que seja criada uma campanha contra o suposto uso da estrutura pública “como palco para fomentar a polarização política”. A iniciativa foi apresentada pelo vereador Éder Borges (PP), que alegou ter recebido denúncias sobre o Festival de Teatro da Capital.
“Fundo para a cultura não é Fundo Eleitoral, palco não é palanque e promiscuidade não é arte”, disse Borges. “Quem me conhece sabe que sou entusiasta das artes e da cultura”, afirmou o parlamentar. “Tenho recebido aqui muitos comentários, denúncias, críticas de situações que vêm ocorrendo infelizmente nesse festival”, justificou.
Ele citou entre essas situações o que chamou de “panfletarismo político, palavrões, promiscuidade, insultos contra o presidente da República, pornografia no Centro da cidade e até atores pervertidos se pegando no palco”. O evento, segundo ele, “não pode ser transformado em um circo de baixarias em que o palhaço é o pagador de impostos”.
“Esse tipo de conteúdo, que seja feito com recursos próprios e em locais privados, e não para crianças. Por isso eu apresento esta sugestão ao Poder Executivo Municipal, para que sejam fiscalizadas situações como essas, porque este festival, que tanto honra Curitiba, é feito com dinheiro público”, afirmou Borges. A sugestão foi acatada em votação simbólica (sem o registro no painel eletrônico), com a manifestação contrária dos vereadores Maria Leticia (PV) e Renato Freitas (PT).