
Acusado de quebra de decoro por participar de uma manifestação antirracista na Igreja do Rosário dos Pretos, no dia 5 de fevereiro, afirmou hoje que o processo contra ele e o pedido de cassação de seu mandato é uma prova do racismo estrutural dentro da Câmara Municipal de Curitiba. O pedido de cassação de Freitas seria votado hoje pela Casa, mas a sessão foi suspensa por decisão da Justiça. Na decisão, a juíza Patricia de Almeida Gomes Bergonse, da 5ª Vara de Fazenda Pública, acolheu pedido da defesa do vereador para que não haja sessão de julgamento até a conclusão da sindicância interna da Câmara a respeito da autoria do e-mail racista contra Renato Freitas. Os advogados do vereador alegaram que o remetente do e-mail teria sido o relator do caso no Conselho de Ética que recomendou sua cassação, o vereador Sidnei Toaldo (Patriota), que nega ser o autor da mensagem.
“Sim, porque, no limite, todo o poder pertence ao povo. Que o exerce diretamente, ou indiretamente por seus representantes. Mas quando os seus representantes são hostis à própria democracia e à diversidade, pluralidade que a democracia implica, é claro que o povo tem que tomar as rédeas de seu destino. E é isso que já está ocorrendo. Por diversos movimentos sociais, com ênfase nos movimentos negros no Brasil todo estão pressionando a fim de constranger a Câmara de Vereadores para não ser autoritária, racista, perseguidora, em relação às nossas vozes”, disse o parlamentar, ao comentar a decisão judicial.
Freitas apontou ainda que a cassação seria desproporcional, já que em outros casos, vereadores acusados de corrupção não foram punidos com a pena da perda de mandato. “Qual foi o crime de fato que eu cometi. Aqui na Câmara teve vários casos de peculato, ‘rachadinha’”, lembrou.
“O crime que nós cometemos, que eles dizem ser crime, foi entrar em uma igreja, que nós mesmos somos cristãos, aberta, vazia, sem interromper nenhum culto, e clamar pela vida, todas as vidas e em especial as vidas negras que são tão desvalorizadas em nosso País”. Apontou Freitas.
Na mensagem enviada a Freitas, faz ameaças e ofensas racistas. “Eu não tenho medo de você ou dos esquerdistas vagabundos que te defendem, seu negro”, diz o e-mail. “Já metemos pressão na Indiara Barbosa e na Noêmia Rocha (…) A câmara de vereadores de Curitiba não é o seu lugar, Renato. Volta para a senzala. E depois de você vamos dar um jeito de cassar a Carol Dartora e o Herivelto. Vamos branquear Curitiba e a região Sul queira você ou não. Seu negrinho”, escreveu op remetente.
Na mensagem enviada a Freitas, o autor faz ameaças e ofensas racistas. “Eu não tenho medo de você ou dos esquerdistas vagabundos que te defendem, seu negro”, diz o e-mail. “Já metemos pressão na Indiara Barbosa e na Noêmia Rocha (…) A câmara de vereadores de Curitiba não é o seu lugar, Renato. Volta para a senzala. E depois de você vamos dar um jeito de cassar a Carol Dartora e o Herivelto. Vamos branquear Curitiba e a região Sul queira você ou não. Seu negrinho”, escreveu op remetente.