
Vereadores criticaram, na segunda-feira, declarações do prefeito Rafael Greca (DEM) sobre os planos de construção do novo viaduto do Orleans. O chefe do Executivo disse que o projeto não seria uma prioridade da capital paranaense.
“O Viaduto do Orleans não é obra minha. É uma coisa feita em conjunto com o Governo do Estado para atender uma reivindicação do [vereador] Mauro Ignácio, e não é uma necessidade premente da cidade”, comentou o prefeito. Citado, Mauro Ignácio (DEM) disse que a fala surpreendeu os cidadãos que reivindicam o projeto há anos.
Ignácio afirmou que em todo esse tempo vem encampando ações, tanto com o Governo do Paraná, como com o Município, para que a melhoria viária saia do papel. Ele atribuiu o tom ao característico humor do prefeito e disse estar confiante de que Greca continuará defendendo a iniciativa, assim como fez na gestão passada e como foi discutido durante a eleição para a Prefeitura de Curitiba no ano passado.
“É verdade que desde que assumi o mandato, na gestão do prefeito Gustavo Fruet, eu tenho defendido essa obra. Foram várias reuniões, fomos ao Ippuc [Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba], ao DER-PR [Departamento de Estradas de Rodagem], enfim, fizemos uma longa jornada para chamar a atenção a este problema que aflige não só aos bairros São Braz e Orleans, mas afeta a cidade toda”, reiterou.
Para Ignácio, a iniciativa “evoluiu muito e se modernizou” com o mandato de Greca. Ele recordou que a ação quase foi viabilizada, tendo sido anunciada em evento em 2018 pelo ex-governador Beto Richa e pelo prefeito Rafael Greca. A realização se daria através de um projeto executivo da CCR-Rodonorte, concessionária do trecho da BR-277 que passa sob a futura estrutura. “Por algum motivo, a Rodonorte não cumpriu essa parte de fazer o projeto executivo”, lamentou o vereador.
Em outro trecho da entrevista, Greca declara que a obra serviria “para que Mauro Ignácio e o (governador) Ratinho Jr. cheguem mais cedo em casa”. O vereador rebateu, dizendo que o prefeito tem um “humor característico” e que a via contemplará empreendimentos futuros da região, como a construção de um novo hospital e a possível mudança de endereço da rodoviária. “Estamos nos antecipando a um problema que já existe e vai se agravar muito mais”, concluiu.
Alexandre Leprevost (SD) disse estar surpreso com as declarações de Greca afirmou se tratar de “uma obra que a cidade inteira necessita”. “O governo do estado já sinalizou positivo através da liberação do recurso para o projeto e eu acho que a prefeitura possa viabilizar (a obra), com verba federal, enfim, fazer com que o sonho de tantos moradores daquela região possa se realizar”, disse Leprevost.
Tráfego pesado – A nova ligação substituirá o viaduto já existente, no cruzamento da rua Professor João Farlaz e da avenida Toaldo Túlio com as marginais da BR-277 (trecho Campo Largo/Curitiba). Ponto de tráfego pesado, a obra deve aliviar a tensão existente na região. Seriam construídos dois viadutos, um para cada sentido do tráfego.
A atual estrutura também ganharia reforma. Destinada apenas aos pedestres e ciclistas, ela receberia nova iluminação, calçamento e mobiliário. São contempladas, ainda, novas alças de acesso. Ao todo, o empreendimento está orçado em R$ 30 milhões e depende da realização de um projeto executivo para prosseguir.
A previsão era concluir o projeto executivo em agosto de 2022, mas os trabalhos nesse sentido ainda dependem de negociações, que envolvem a Prefeitura de Curitiba – que por meio do Ippuc é a responsável pela obra – e o Governo do Paraná, que lida com a concessionária responsável pela BR-277.