
A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) rejeitou, hoje, uma moção de protesto ao projeto do governo Ratinho Júnior aprovado pela Assembleia Legislativa que autoriza a venda de ações da Copel, transformando-a numa companhia de capital disperso e sem acionista controlador.
Apresentada pelo bloco parlamentar PT-PV, a moção de repúdio foi rejeitada em plenário com 14 votos contrários, 7 positivos e 1 abstenção. Se o requerimento fosse aprovado, a decisão seria incluída em ata e também seriam oficiados o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD), e o governador Ratinho Junior.
“Ao tornar a Copel uma corporação, o governador do Paraná, Ratinho Junior, estará, por meio da privatização, vendendo suas ações, onde o valor arrecadado pode equivaler a apenas os dois últimos anos de lucro da empresa”, cita um trecho da proposição.
O vereador Rodrigo Marcial (Novo) abriu o debate, defendendo o voto contrário. Em sua avaliação, essa é “uma boa medida do nosso governador, que visa modernizar o nosso Estado do Paraná”. Ele argumentou que os serviços no ramo das telecomunicações, por exemplo, evoluíram após a privatização. “A nossa Copel se tornará, aí, sim, dos paranaenses. Caso ela se torne uma empresa privada, não se tornará mais uma possibilidade de cabide de empregos, no caso de um governo que seja ruim.”
“Essa é uma questão de concepção de Estado. E eu defendo o Estado provedor, garantidor dos direitos fundamentais da população”, respondeu a líder do bloco parlamentar PT-PV na Câmara Municipal, Professora Josete (PT). “Nós entendemos a Copel como um patrimônio do povo paranaense. Por mais de 60 anos essa empresa cresceu, essa empresa se tornou referência, essa empresa, inclusive, ampliou seus serviços.”
Líder da base, Pier Petruzziello (PP) justificou o voto contrário à moção, citando que o debate coube à Alep. “A gente só ficou sabendo pela imprensa. É impossível votar [contra] um projeto, sim ou não, se você não leu o projeto”, declarou. A votação foi realizada com o registro no painel eletrônico a pedido de Denian Couto (Pode).