Os vereadores da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovaram, ontem, em plenário, a sugestão para que o Executivo promova ações integradas da Guarda Municipal com as polícias Militar e Civil para coibir os furtos de fiação elétrica, portões, grades e outros materiais metálicos na cidade. A indicação foi apresentada por Salles do Fazendinha (DC) e alerta para uma “onda de roubos” nos bairros Lindóia, Fanny e Novo Mundo.
“Esse requerimento eu faço carregado de indignação”, disse Salles da Fazendinha. “Os trabalhadores chegam em casa, vão dormir e quando acordam… Cadê o portão? Cadê a grade? Cadê o cadeado? Os ladrões roubaram. Os moradores e comerciantes não aguentam mais esse tipo de ocorrência. Acontece todo dia”, denunciou. Salles queixou-se dos bandidos que se disfarçam de catadores de material reciclável para realizar os furtos na calada da noite. “Eu comecei a minha vida catando papel, dos 7 aos 11 anos, e nunca precisei roubar”, disse o vereador.
A votação da sugestão à Prefeitura, na qual Salles pede, por exemplo, que o Executivo mobilize a Muralha Digital – sistema de câmeras de videomonitoramento instalado na cidade – para localizar os criminosos, mobilizou diversos vereadores. Sidnei Toaldo (Patriota) pontuou que pode ser mais efetivo buscar os locais de receptação, para os quais os itens furtados são vendidos. “Se teve roubo, é para vender a alguém disposto a comprar”, ponderou.
Nessa linha, João da 5 Irmãos (PSL) lembrou que já foram realizadas três ações da Operação Metal Nobre, da Polícia Civil, dedicada a inspecionar locais de recebimento de recicláveis que, segundo denúncias, também seriam receptadores de bens furtados ou roubados. Tico Kuzma (Pros) lembrou que uma lei de sua autoria, a 14.274/2013, obriga quem vende itens metálicos a manter cadastro dos seus fornecedores, como forma de combater o mercado paralelo desses bens. “Que a prefeitura exija esse cadastro”, sugeriu. Pela norma, estabelecimentos em desacordo com a regra podem pagar multa e até ter o alvará cassado.
“É importante que a população faça os boletins de ocorrência, para a polícia ter os dados [sobre esse tipo de crime]. E [quem trabalha com recicláveis, e é flagrado transportando esses itens] precisa ser abordado. Porque ninguém dá um portão, e se dá, faz durante o dia, não de madrugada”, acrescentou o Jornalista Márcio Barros (PSD). O Professor Euler (PSD) anunciou que, após ser procurado por Conselhos Comunitários de Segurança, protocolou uma sugestão de Política Municipal de Prevenção e Combate ao Furto, Roubo e Receptação de Cabos, Fios e Materiais Metálicos (005.00152.2021).
Na Política Municipal, que tramita pelas comissões da CMC, Euler aumenta as exigências da lei 14.274/2013, obrigando também quem compra recicláveis a manter registro mensal das vendas e compras desses itens. Também proíbe a comercialização, como sucata, de transformadores, fios, cabos, sepulturas, portas de túmulos, placas de trânsito, tampas de bueiros, hidrômetros e afins. Se a fiscalização encontrar esses itens, e não houver prova da idoneidade deles, a norma determina a apreensão dos bens.