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Reprodução

O Manual para a Cobertura Jornalística dos Desastres Climáticos está disponível para download aqui. O lançamento foi realizado em uma live especial na terça-feira do dia 19 de novembro pelo YouTube no Canal do O Eco.

O Manual foi organizado por Márcia Franz Amaral (UFSM), Eloisa Beling Loose (UFRGS) e Ilza Maria Tourinho Girardi (UFRGS) e consiste em uma ferramenta de suporte a coberturas jornalística de desastres climáticos com informações completas visando como informar o público diante de catástrofes a exemplo da que ocorreu no Rio Grande do Sul.
Participaram como convidadas do lançamento as reconhecidas jornalistas Kelly Matos, da Rádio Gaúcha, do Grupo RBS, e Claudia Gaigher, com longa trajetória na TV Morena filiado da TV Globo do Mato Grosso do Sul, além da pesquisadora e professora da UFRGS Eloisa Loose, representando a equipe organizadora. A mediação foi do jornalista do site O Eco Aldem Bourscheit, quem apoiou o evento.

Desastre no Rio Grande do Sul motivou manual

Sobre como surgiu a ideia do Manual, Eloísa destacou primeiro a preocupação dos grupos de pesquisa em conectar a discussão das pautas sobre mudanças climáticas aos âmbitos locais, tentando aproximar esse fenômeno global com as questões cotidianas. “Em 2024, tivemos a eclosão do desastre no Rio Grande do Sul, com uma abrangência enorme e com várias temporalidades, e essa questão nos fez perceber que existia uma demanda por estudantes de jornalismo e jornalistas para pensar em como ampliar a cobertura que persistiu na fase de crise por muitos dias”, explica.
Kelly Matos, que participou da cobertura da série de desastres no RS, mencionou os desafios do jornalista que cobre em tempo real e tem de fazer coberturas mais aprofundadas sobre cenários de eventos climáticos extremos. Por isso, nas palavras dela, o Manual é bem-vindo. “No rádio, nos debruçamos sobre o que chamamos de factual, então contamos que não tem água, que o bairro tem que ser evacuado e não conseguimos dar uma profundidade para a dimensão que eventos como a tragédia do RS tem. De como comunicar e se fazer entender pelas pessoas. Então, o Manual vai nessa direção, nos propondo reflexões”, afirma.

manual para cobertura de desastres climáticos

Autoras do manual têm pesquisa extensa

Com uma ampla experiência na cobertura dos incêndios no Pantanal, entre outros temas socioambientais, Claudia Gaigher comentou a “normalização” pelas pessoas em geral das mudanças climáticas e do quanto é preciso atitudes que nos movam da zona de conforto para que haja mudanças reais no cotidiano. O Manual cumpre também com este papel, no seu ponto de vista, movendo jornalistas a buscarem novas perspectivas. “A dificuldade de a gente comunicar, primeiro, é fazer as pessoas se importarem. Ou seja, buscar aquela pessoa que trata a situação, mas mais do que despertar a emoção e a indignação, precisamos, enquanto jornalistas, fazer com que as pessoas percebam que as mudanças climáticas dizem respeito à vida delas e não estão longe de afetar o seu cotidiano de forma direta”, aponta.
Por fim, as convidadas do evento agradeceram a participação deste momento especial e responderam algumas perguntas da audiência.

Ameaças da água, clima e meteorologia

A jornalista Daniela Arbex, que atua em prol dos direitos de populações vulnerabilizadas, assina o prefácio da publicação. Para ela, o Manual “ajuda a compreender a complexidade da temática e a urgência de discutir as ameaças hidrológicas, meteorológicas e climatológicas, gatilhos para os desastres”.
O Manual tem o projeto gráfico e editoração assinados por Laura Storch, Anelissa Cardoso e Lisa Nielsen (UFSM). Apoiam essa iniciativa os PPGs em Comunicação (UFSM e UFRGS), Projeto Comunicação de Proximidade (UFSM), Observatório de Jornalismo Ambiental e Laboratório de Comunicação Climática (UFRGS).


Se você perdeu a transmissão da live, ela pode ser acessada aqui.

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