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Felipe Scandelari expõe releituras de grandes obras de arte na série “Renascimento”

Artista se diverte com deuses e heróis em suas pinturas

Helena Carnieri
Felipe Scandelari, Sève Art Galeria- Tamanho 300dpi – fotos @marceloeliasfoto-8894

Divulgação

Felipe Scandelari é um artista de destaque no circuito artístico curitibano, com suas pinturas figurativas, através da técnica clássica do óleo. Em sua série de quadros, Renascimento, Scandelari cria releituras com base nos grandes mestres. Nascido em Curitiba, em 1981, onde vive e trabalha, formou-se bacharel em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná no ano de 2006. Atualmente, é representado pela Sève Art Galeria, com sede em Curitiba.

“Nada mais importa”, tela de Felipe Scandelari (2024).

Seu processo criativo parte de referências renascentistas, que funcionam como ponto de partida para composições contemporâneas. A fotografia integra a etapa inicial: familiares, amigos ou imagens coletadas online assumem o lugar dos personagens históricos que podem ser apreciados na série Renascimento. O uso de múltiplas referências e o “enxerto” de imagens criam diálogos entre culturas e tempos distintos. Muitas vezes, personagens de diferentes obras são combinados, produzindo encontros inéditos e reinterpretando narrativas clássicas em chave contemporânea. Não se trata apenas de releitura, mas de um verdadeiro “renascimento” de imagens que ganham novos sentidos.

“Deuses, entes naturais e cores. O artista brinca com o criador ao efetuar uma desconstrução do imaginário renascentista. Manipula os mitos com muita liberdade, de forma lúdica. Diverte-se com deuses e heróis: nas suas pinturas, eles trocam de sexo (em sua Vênus, a Deusa vira um Deus), ou se travestem em personagens reais no cotidiano do artista: esposa, filhos, amigos e pessoas aleatórias (…). Outras vezes, salta de uma pintura para outra. Mistura personagens, imaginando um diálogo possível entre eles, e cria outra imagem: Nada Mais Importa empresta o anjo de Michelangelo e o diabo de Bartolomé Bermejo, ambientados em uma paisagem de Jan Van Eyck”, afirma a crítica de arte Maria José Justino.

Segundo Justino, as informações que o artista nos dá não resolvem o mistério, na medida em que provocam ambiguidades. As imagens nascem de outras imagens. “Cabe ao espectador buscar, inventar, encontrar sentidos, como nas antigas narrativas. Scandelari deixa a critério do espectador interpretar as imagens tal como as entende. Cada recorte é um fato; somados, criam inquietudes envoltas em um clima enigmático. Deixa florescer o dionisíaco”, complementa a crítica de arte.

O artista com a crítica de arte Maria José Justino.

Ainda sobre o processo criativo, após reunir suas referências, Scandelari transfere o desenho para a tela com lápis grafite e inicia a pintura, em sua maioria realizada a óleo, por vezes combinada com acrílica, aplicadas em camadas. Em alguns momentos, lixa a superfície para suavizar o relevo, alcançando acabamento refinado. O processo alterna entre pincéis largos e finíssimos, equilibrando gesto expressivo e a precisão nos detalhes. Uma curiosidade é que ele é daltônico e, por isso, enfrenta desafios cromáticos singulares — o rosa-claro percebido como branco, os verdes confundidos com marrons —, especialmente ao representar a pele.

Sobre Felipe Scandelari

Nasceu em 1981 em Curitiba, Paraná, onde vive e trabalha. Formou-se Bacharel em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná no ano de 2006. O artista participou de diversas exposições individuais. Entre elas destacam-se: Mythologia na Caixa Cultural Curitiba; Desenhos de Felipe Scandelari no Museu Casa Andrade Muricy; e a exposição individual Felipe Scandelari da Bolsa Produção da Fundação Cultural de Curitiba no Museu da Fotografia do Solar do Barão.

Participou também das exposições coletivas: Belas 75 – Caminhos da Arte Paranaense no Museu Municipal de Arte de Curitiba; Queermuseu: cartografias da diferença na arte Brasileira no Santander Cultural de Porto Alegre, RS; 70 anos da Escola de Música e Belas Artes do Paraná no Museu Paranaense; 6ª. Bienal de Curitiba: Além da Crise na Casa Andrade Muricy; O Estado da Arte – 40 Anos da Arte Contemporânea no Paraná no Museu Oscar Niemeyer, Trilhas do Desejo, A Arte Visual Brasileira – Rumos Itaú Cultural no Paço das Artes do Rio de Janeiro e no Instituto Itaú Cultural de São Paulo, SP.

Foi contemplado com a Bolsa Produção Lei de Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e com o Prêmio Museu de Arte de Cascavel.

Possui obras em diversos acervos públicos como o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro; Escola de Musica e Belas Artes do Paraná; Museu de Arte de Cascavel, Paraná; Paço Municipal de Santo André, São Paulo; Pinacoteca Municipal de Piracicaba, São Paulo; Museu Galeria Graça Landeira, Belém do Pará, além de outras coleções particulares.

Sobre a Sève Art Galeria

Criada em 2022 em Curitiba pelas arquitetas Helena e Letícia Rolim de Moura, a galeria tem como missão valorizar artistas nacionais vivos, consolidar a presença da arte no cotidiano e ampliar sua inserção em projetos residenciais e corporativos, além também de coleções particulares.

Serviço:

Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 1547 – Batel, Curitiba – PR

https://www.instagram.com/seveartgaleria

+55 41 99126-1955

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