Olá! A partir de agora, o blog A Vida É Palco recebe colaborações de outras áreas – afinal, a vida é palco de mais vida.

A convidada de hoje é a jornalista Josi Quevedo, grande parceira de assessoria de imprensa e excelente repórter gastronômica.

Gaúcha que é, largou um pouco os vinhos nacionais para degustar uma boa cerveja artesanal numa caminhada oferecida pelo festival Alright Beer. Enviar uma poeta ao sol inesperado de Curitiba com cerveja à vontade? O resultado você lê abaixo.

Virou até ditado popular dizer que, quando se entra na faixa dos 40 anos, a pessoa está com idade avançada para ser jovem – mas muito jovem para ser considerada com idade avançada, ou, no português direto, “velha”. Mas se há uma coisa que depois dos 40 anos prezamos muito é a degustação de uma boa cerveja.

Na semana do meu aniversário, nada mais justo que brindar em alto estilo.

Não que os jovens não gostem de boas cervejas, não é isso. Contudo, quando somos mais jovens, tendemos a uma matemática arriscada de se deliciar mais com quantidades em detrimento da qualidade. E aí entram as cervejas mais leves e populares.

Quando aprendemos a escolher melhor, essa realidade muda. Portanto, a qualidade de cervejas mais apuradas, saborosas e intensas passa a prevalecer. E quando isso ocorre em um ambiente confortável, junto à natureza, com amplos espaços para curtir, sentar e descansar, temos um combo perfeito. Sem esquecer do sol que apareceu em Curitiba em dois dias incríveis do último fim de semana.

Tudo isso para dizer também que foi uma satisfação participar do Alright Garden Festival, que contou com uma experiência de degustação de cervejas exclusivas, além de shows e trailers de comidinhas deliciosas. Por isso, a sensação foi de estar no lugar certo, na hora certa e, claro, com a idade certa!

Promovido pela cervejaria Alright, fomos recepcionados pelo seu fundador Fred em um tour que começou com a prova da encorpada e marcante “Over the moon”, que teve o privilégio de descansar por 14 meses em barris de carvalho francês pelos quais passou vinho do Porto. Essa bebida demonstra que as cervejas podem ter uma complexidade como os vinhos e apresentar muita personalidade. Ela foi a mais forte e, para quem gosta de bebidas encorpadas como eu, a mais poderosa da rodada, com uma leve acidez ao final como resultado da fermentação especial preparada por um criativo mestre cervejeiro. Para quem gosta do friozinho de Curitiba, essa cerveja é a pedida certeira.

Muito simpático e acolhedor, como um bom mineiro, o Fred recheou o passeio com a história da origem de cada item da experiência, o que nos fez imergir em um mundo de sabores e tonalidades degustativas.

A “California Common” consistiu em outra feliz surpresa recheada de história em um produto brown, na modalidade Amber Ale. Essa cerveja se tornou a bebida oficial das pessoas da Califórnia, como operários e ferroviários que, no passado, não contavam com água limpa e a cerveja passou a ser uma alternativa por ser mais saudável devido ao período de levedura e fermentação. É uma cerveja refrescante, com maior leveza se comparada à anterior, que nos leva aos tempos do velho Oeste em uma viagem aos sentidos, principalmente no verão.

E teve ainda inspiração sueca, com uma prova mais refrescante ainda, da “Gotlandsdricks”, sem traços da levedura, predominando o sabor dos maltes e do zimbro. Novamente, tivemos uma cerveja bem característica, representando uma região específica com leveza.

Houve ainda outras, como a  “Goodzinske”, uma versão mais clara, com leve defumado ao final. 

A Holanda não ficou de fora, sendo representada pela ótima “Flying Dutch” e, claro, o Brasil estava lá, mostrando a possibilidade da cerveja salgada unir-se à sour, contendo uma pitada de pequi na incrível “Gose do Cerrado”, de influência alemã. 

Por fim, as bandas de rock, jazz e tudo mais que o festival apresentou estavam impecáveis. A organização foi brilhante, do atendimento às meninas que vendiam fichas, passando pelo bazar super bonitinho. Eis aí uma máxima que se estabelece…. das vantagens dos incríveis festivais!