Respiração é fator determinante para cantar: veja 3 dicas para controlar a técnica

Helena Carnieri

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Cantor de ópera explica que boa respiração é feita com uso do diafragma e garante inclusive economia de energia para o artista

A respiração é um mecanismo automático do corpo humano, mas você sabia que é possível controlá-la e, com isso, conseguir uma série de benefícios? Entre eles está garantir uma qualidade ainda maior na hora do canto.
Segundo o cantor de ópera Norbert Steidl, a respiração é um fator determinante para se destacar na arte. Austríaco, o professor reside no Brasil e atua no cenário internacional.
“A respiração é a base do canto, e o ideal é que seja feita pelo diafragma. Em uma comparação simples, podemos dizer que ela é o motor do nosso carro, que teria como combustível o ar. Quando um cantor usa o diafragma, ele ganha muita força e potência na voz, há uma economia de energia”, explica o especialista.
O barítono ainda exalta que práticas para desenvolver a técnica são oferecidas em aulas de canto. Tudo com o objetivo de garantir que o aluno possa atingir o mais alto nível de desenvoltura.
“É normal perceber que um cantor iniciante consegue manter o som com ar por três, quatro segundos, mas deposita aí toda a sua energia e para. Já profissionais, mantêm a nota por 30 segundos. Isso acontece por conta da respiração controlada, lenta. O maior segredo na hora do canto é usar pouco o ar, inspirar poucas vezes. Quanto menos você perceber a respiração, melhor o som que emite”, explica.
Segundo Steidl, outros problemas relacionados ao canto, como colocação da voz e articulação, acabam resolvidos quando se alcança o domínio da respiração.

Dicas de respiração
Para aprender a controlar a respiração, Steidl dá três dicas.
A primeira delas é o alongamento do corpo. O cantor de óperas ressalta que até mesmo práticas de ioga ajudam. Mas, em casa, é possível se deitar no chão de barriga para baixo e, lentamente, erguer membros do corpo.
“É um alongamento sutil, de poucos minutos. A ideia é ir erguendo a cabeça, as pernas, os braços e o quadril, um de cada vez, e observar o corpo. Os movimentos auxiliam no relaxamento dos órgãos, dando flexibilidade e permitindo um melhor desempenho do diafragma”, orienta.
A segunda dica são os exercícios vocálicos.
“Neste caso, você repete sons de consoantes. De forma bem marcada, como um “p”, “t”, “k”, “f”, por exemplo”.
Para finalizar, a orientação de Steidl é criar a consciência da respiração por meio da prática lenta e com sons. Ao expirar, fazer um som de s, como se fosse imitar o barulho de uma cobra.
Juntos, os exercícios ajudam a aquecer o diafragma e melhorar a performance no canto.

Sobre Norbert Steidl – Com atuação internacional, o cantor de ópera Norbert Steidl se formou na Universität Mozarteum de Salzburg, na Áustria. Ao longo de sua carreira participou de diversos Festivais de Música e já realizou mais de mil apresentações ao redor do mundo. Seu timbre é barítono, que fica entre tenor e baixo. Atualmente mora em Curitiba onde também atua como professor particular de canto.