Líderes religiosos terão influência na vacinação contra a Covid-19

Ana Beatriz Dias Pinto


Líderes religiosos deveriam encorajar os fiéis a tomar a vacina contra a Covid-19 no Brasil. (Imagem: Pixabay)

Enquanto o Brasil dá um show de horrores na falta de preparativos para aprovar um Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, pairam no ar inúmeras dúvidas sobre quem terá acesso prioritário, como os medicamentos serão distribuídos e também armazenados, além de, para desgosto de algumas autoridades de saúde pública, se um número suficiente da população estará disposto a tomar alguma das vacinas que em breve estarão disponíveis. 

Sendo um país “com Deus acima de tudo”, uma coisa é certa: se há um grupo de pessoas que pode ajudar a encorajar a vacinação por aqui são nossos líderes religiosos. Eles têm a capacidade de alcançar e despertar a confiança da população tanto em áreas urbanas quanto nas comunidades mais distantes – e também céticas. 

Sim, os brasileiros depositam uma grande confiança em seus líderes religiosos. É papel vital desses dirigentes dar significado à importância da proteção a si e aos outros, no sentido do “amor ao próximo como a si mesmo”, e aí há uma alternativa de parceria entre essas lideranças comunitárias e os governantes que acreditam na eficácia da vacina, de modo a enfraquecer o absurdo dos movimentos contrários a ela.

É certo que esse trabalho de engajamento será ainda maior se comparado ao desafio que foi ensinar a população sobre a necessidade de se usar álcool gel e máscaras de proteção em prevenção ao novo coronavírus – algo que nem todos parecem ter aprendido até agora. Embora a maioria dos brasileiros pareça disposta a se vacinar contra a Covid-19, ainda há bastante resistência por aqui, inclusive de alguns representantes de igrejas cristãs – maioria religiosa nacional.

Portanto, é imprescindível aos agentes de saúde pública corrigirem as informações erradas sobre as vacinas. Uma alternativa urgente seria convidar os líderes religiosos a se dirigem aos fiéis de mesma tradição religiosa para conclamar a importância da defesa da vida. Infelizmente, haverá pessoas que optarão por não tomar a vacina porque ouviram uma mensagem de um líder religioso que a rechaçou. 

Insisto: nossos governantes devem realizar um trabalho de campo urgente com estes “formadores de opinião” nas comunidades religiosas para que o quadro se reverta.  Comunidades, templos, igrejas e associações religiosas podem, inclusive, ser locais de armazenamento para as vacinas (que precisam de refrigeração), especialmente em regiões mais carentes do país. Tudo pode dar certo, basta trabalhar e dialogar para que nossa sociedade possa ver e crer que a vacina é a solução mais tangível para a garantia da vida. 

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    * Ana Beatriz Dias Pinto, é comentarista convidada do blog e nos traz reflexões sobre temas atuais e contextualizados sob a ótica do universo religioso, de maneira gratuíta e sem vínculo empregatício, oportunizando seu saber e experiência no tema de Teologia e Sociedade para alargar nossa compreensão do Sagrado e suas interseções. Quer falar com ela? Escreva para anabeatrizjornalista@gmail.com