De acordo com Howard Gardner, todo ser humano tem inteligência, basta saber qual a sua subdivisão! (Imagem: Pixabay).
A inteligência é frequentemente definida como nosso potencial intelectual; algo com que nascemos, algo que pode ser medido e uma capacidade que é difícil de mudar. Nos últimos anos, entretanto, surgiram outras visões de inteligência. Uma dessas concepções é a teoria das inteligências múltiplas proposta pelo psicólogo Howard Gardner.
Assim, a teoria das inteligências múltiplas foi proposta pela primeira vez por Howard Gardner em seu livro “Frames of Mind” de 1983, onde ele amplia a definição de inteligência e delineia vários tipos distintos de competências intelectuais. Gardner desenvolveu uma série de oito critérios de inclusão enquanto avaliava cada inteligência “candidata” baseada em uma variedade de disciplinas científicas. Ele escreve que podemos todos ter essas inteligências, mas nosso perfil dessa inteligência pode diferir individualmente com base na genética ou na experiência.
Ademais, Gardner define inteligência como um “potencial biopsicológico para processar informações que podem ser ativadas em um ambiente cultural para resolver problemas ou criar produtos de valor em uma cultura” (Gardner, 2000, p.28). Nesse sentido, desenvolveu as seguintes subdivisões para as inteligências:
1. Inteligência linguística
A Inteligência Linguística é uma parte da teoria de inteligência múltipla de Howard Gardner que lida com a sensibilidade à linguagem falada e escrita, habilidade de aprender línguas e capacidade de usar a linguagem para atingir certos objetivos. Pessoas com inteligência linguística, como William Shakespeare e o apresentador Silvio Santos, têm a capacidade de analisar informações e criar produtos que envolvem linguagem oral e escrita, como discursos, livros, memorandos ou mesmo se relacionar com o público por meio da linguagem.
2. Inteligência Lógico-Matemática
Inteligência lógico-matemática refere-se à capacidade de analisar problemas logicamente, realizar operações matemáticas e investigar questões cientificamente. Pessoas com inteligência lógico-matemática, como Albert Einstein e Bill Gates, têm a habilidade de desenvolver equações e provas, fazer cálculos e resolver problemas abstratos.
3. Inteligência Espacial
A inteligência espacial apresenta o potencial de reconhecer e manipular os padrões do amplo espaço (aqueles usados, por exemplo, por navegadores e pilotos), bem como os padrões de áreas mais confinadas, como aquelas de importância para escultores, cirurgiões, enxadristas, gráficos artistas ou arquitetos. Pessoas com inteligência espacial, como Aleijadinho ou Oscar Niemayer, tiveram a capacidade de reconhecer e manipular imagens espaciais de grande escala e granulação fina.
4. Inteligência Cinestésica Corporal
Inteligência cinestésica corporal é o potencial de usar todo o corpo ou partes do corpo (como a mão ou a boca) para resolver problemas ou para criar produtos de moda. Pessoas com inteligência cinestésica-corporal, como Michael Jordan e o jogador Neymar, têm a capacidade de usar o próprio corpo para criar produtos, realizar habilidades ou resolver problemas por meio da união mente-corpo.
5. Inteligência Musical
Inteligência musical refere-se à habilidade de execução, composição e apreciação de padrões musicais. Pessoas com inteligência musical, como Beethoven, o líder da banda Queen – Freddy Mercury – ou mesmo os irmãos Caetano Veloso e Maria Bethânia, têm a capacidade de reconhecer e criar altura, ritmo, timbre e tom musicais.
6. Inteligência Interpessoal
Inteligência interpessoal é a capacidade de compreender as intenções, motivações e desejos de outras pessoas e, consequentemente, trabalhar com outras pessoas de maneira eficaz. Pessoas com inteligência interpessoal, como o papa Francisco, têm a capacidade de reconhecer e compreender com empatia as motivações, as dores e intenções das outras pessoas.
7. Inteligência intrapessoal
Inteligência intrapessoal é a capacidade de se compreender, de ter um modelo de trabalho eficaz de si mesmo – incluindo seus próprios desejos, medos e capacidades – e de usar essas informações de maneira eficaz para regular a própria vida. Pessoas com inteligência intrapessoal, como Aristóteles e a Monja Coen, têm a capacidade de reconhecer e compreender seus próprios estados de espírito, desejos, motivações e intenções. Esse tipo de inteligência pode ajudar uma pessoa a entender quais objetivos de vida são importantes e como alcançá-los.
8. Inteligência naturalista
A inteligência naturalística envolve experiência no reconhecimento e classificação das numerosas espécies – a flora e a fauna – de seu ambiente. Pessoas com inteligência naturalista, como Charles Darwin tiveram a capacidade de identificar e distinguir diferentes tipos de plantas, animais e formações climáticas encontradas no mundo natural.
A maior parte da resistência à teoria das inteligências múltiplas veio de psicólogos cognitivos e psicometristas. Psicólogos cognitivos como Waterhouse afirmam que não há evidências empíricas para a validade da teoria das inteligências múltiplas. Psicometristas, ou psicólogos envolvidos em testes, argumentam que os testes de inteligência apóiam o conceito de uma única inteligência geral, em vez dessas oito competências distintas. Assim, muitos críticos ignoram os critérios de inclusão estabelecidos por Gardner. Esses critérios são fortemente apoiados por evidências empíricas em psicologia, biologia, neurociência, entre outras.
Gardner admite que os psicólogos tradicionais foram válidos em criticar a falta de definições operacionais para as inteligências, ou seja, descobrir como medir e testar as várias competências. Uma curiosidade interessante em minha pesquisa foi verificar que Gardner ficou surpreso ao descobrir que a teoria das Inteligências Múltiplas tem sido usada mais amplamente em contextos educacionais. Ele desenvolveu essa teoria para desafiar psicólogos acadêmicos e, portanto, não apresentou muitas sugestões educacionais.
Por esse motivo, professores e educadores puderam pegar a teoria e aplicá- la como bem entendessem. À medida que ganhou popularidade neste campo, Gardner afirmou que os profissionais devem determinar o melhor uso da teoria nas salas de aula. Ele frequentemente recusou oportunidades de auxiliar no desenvolvimento de currículos que usam a teoria das inteligências múltiplas, optando por fornecer apenas feedback, no máximo (Gardner, 2011).
A maior parte das críticas veio de pessoas afastadas da sala de aula, como jornalistas e acadêmicos. Os educadores normalmente não estão vinculados ao mesmo padrão de evidência e estão menos preocupados com inconsistências abstratas, o que lhes deu a liberdade de aplicá-lo com seus alunos e deixar os resultados falarem por si.
Agora que você já sabe que é inteligente, e que todos os seres humanos, de acordo com a teoria de Gardner, podem desenvolver formas diferentes de inteligência, compartilhe este post em suas redes sociais, para que mais pessoas saibam desenvolver suas aptidões!
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. As inteligências múltilplas e seus estímulos. 14a Edição. Campinas: Papirus Editora, 2008.
GARDNER, Howard. As estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. 2a Edição. Porto Alegre: Editora Artmed, 2002.