Contar a trajetória de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, nos cinemas parecia ser uma tarefa quase impossível. Inspirado no livro “Mussum – Uma História de Humor e Samba”, de Juliano Barreto, o roteiro é dividido em três etapas. Sua infância pobre ao lado de sua mãe, Dona Malvina (Cacau Protásio), passando pelo seu trabalho com o grupo Originais do Samba até seu apogeu num dos maiores sucessos da história da televisão: Os Trapalhões.
Mussum – O Filmis é dirigido pelo estreante – e talentoso – Silvio Guindane e traz Ailton Graça no papel título e de sua vida. Sua atuação como o trapalhão sambista é uma alegria de ser vista e contemplada. Em certo momento esquecemos que estamos vendo uma ficção. É assustador o nível de perfeição que Ailton chegou com seu Mussum.
O longa emociona e diverte a plateia com um roteiro simples e aconchegante de Paulo Cursino. E é a simplicidade que se destaca numa onda de cinebiografias lançadas nos últimos anos. É bem verdade, que o roteiro evita assuntos mais polêmicos. Poderia ter ido mais fundo em temas considerados fortes, mas isso não tira o brilho e magia que o filme exala.
Cacau Protásio é outro grande destaque do longa. Acostumada em papéis de comédia, ela provou que é uma Atriz de grande talento e, sim com A maiúsculo. Merecia mais tempo de tela ao lado do pequeno notável Thawan Lucas Bandeira.
A recriação de época é outro grande acerto de “Mussum – O Filmis”. Cada detalhe tem um cuidado muito preciso. Seja no figurino ou na caracterização, tudo está como deveria ser. As esquetes recriados com fidelidade do quarteto de humoristas são impressionantes. Quem viveu essa época volta no tempo. Por essa razão, tom nostálgico é a cereja do bolo. Gero Camilo (Renato Aragão), Felipe Rocha (Dedé Santana) e Gustavo Nader (Zacarias) são a personificação dos Trapalhões ao lado do nosso eterno Mussum.
Ver o filme na 51ª edição do Festival de Gramado levando quase todos os prêmio, acompanhar todo elenco muito animado desde a passagem pelo tapete vermelho, até o final da exibição só reforça o que vemos em tela: um poderoso filme, um triunfo do Brasil.
O longa conta ainda com um elenco muito talentoso: Yuri Marçal, Nando Cunha, Jeniffer Dias, Angelo Fernandes, Luiza Rosa, Camila Rosa Lins e Neusa Borges. Mussum – O Filmis é daqueles filmes que vamos ver sempre que tiver passando na TV, com um sorriso no rosto e cantando em alto e bom som. “Pois nem tudo que cai do céu é sagrado. Que amanhã um lindo dia vai nascer” NOTA: 4.5/5.0