Um dos filmes mais potentes que assisti na 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado em agosto desse ano, foi sem dúvida alguma, Tia Virgínia. Novo longa do diretor Fabio Meira (As Duas Irenes) conquistou diversos prêmios de lá para cá, e estreia hoje, quinta-feita (09), em todos os cinemas do país.
Tia Virgínia (Vera Holtz) tem como protagonista uma mulher de 70 anos, sem filhos, que abdicou de sua vida para cuidar dos pais. Convencida pelas irmãs, mudou-se de cidade para se dedicar em tempo integral a eles. O filme se passa em um único dia, o dia em que Virgínia se prepara para receber as irmãs Vanda (Arlete Salles) e Valquíria (Louise Cardoso) que viajam para celebrar o Natal.
O filme é uma ovação a protagonista Vera Holtz. Existem personagens que são feitos como uma luva para determinados atores. É o caso de Tia Virgínia. Vera merecia um longa-metragem que mostrasse todas as facetas de seu talento arrebatador. É a melhor atuação do ano.
Vale ressaltar que todo o elenco está fabuloso. Nenhum personagem destoa. Vera Valdez é simplesmente um presente para o público. É no silencio absoluto que sua personagem e o diretor acertam em cheio. Antonio Pitanga, Daniela Fontan, Iuri Saraiva e Amanda Lyra completam o casting.
Todo o cenário da casa em que a trama se passa é vivo, pulsante. Como no teatro cheio de detalhes. A casa e seus pertences são um personagem. Tudo que se viveu ali no passado, ainda está muito vivo no presente.
Tia Virgínia é um longa sobre família, relações, afetos, memória, domingos, amargura, ressentimentos, amor, ódio, medo e tristeza.
Baseado nas histórias que o próprio diretor e roteirista viveu com seus parentes, Tia Virgínia é o tipo de filme que nos conecta imediatamente. Que nos faz rir e chorar. Faz sentir um orgulho danado do nosso cinema e profissionais. Você com certeza tem uma tia assim na sua família. Nota: 5.0/5.0