halloween
Imagem reprodução

Criada há 45 anos pelos roteiristas John Carpenter e Debra Hill, a franquia Halloween estreou nos cinemas em 1978, e completa hoje (25), 45 anos. O assassino mascarado Michael Myers, e sua postura e aparência assustadoras, ajudaram a construir um dos maiores ícones do terror nas telonas, atravessando gerações, a saga se consolidou como uma das mais populares e rentáveis do gênero.

O terror causado por Michael Myers já foi tema de muitos filmes, mas o longa original continua sendo um dos mais amados pelos fãs da saga. A produção, que inspirou diversas outras do gênero, foi marcada por fatos curiosos durante o seu desenvolvimento. Separamos alguns deles, confira:

O que Michael Myers e o Capitão Kirk tem em comum?

Enquanto a produção buscava um rosto para A Forma, como também é chamado o assassino Michael Myers, o editor e designer Tommy Lee Wallace ficou incumbido de encontrar uma máscara horripilante para cobrir a face de Nick Castle, intérprete do vilão.

Na Hollywood Boulevard, ele visitou a Bert Wheeler Hollywood Magic, uma loja especializada em máscaras monstruosas de látex, muito famosa na década de 60. Ele se deparou com modelos baseados nos rostos do presidente Richard Nixon e do Sr. Spock, mas foi a máscara de James Tiberius Kirk, capitão da USS Enterprise na série clássica Star Trek, que mais chamou a sua atenção.

Ele então adquiriu o item e fez diversas customizações, como pintar os cabelos do acessório de castanho escuro, fazer um novo corte e cobrir o restante com uma tinta branca. Assim, o rosto de Michael Myers é, na verdade, uma adaptação dos traços do ator William Shatner.

Baseado em fatos reais

Antes de se tornar o assassino em série e algoz de Laurie Strode, Michael Myers passou anos de sua vida internado em uma clínica, sob os cuidados do doutor Sam Loomis (Donald Pleasence).

Parte desse conceito surgiu a partir das memórias de John Carpenter. Ainda na faculdade, o cineasta visitou um hospital psiquiátrico, onde conheceu uma criança. Segundo ele, o menino o encarou “com um olhar de maldade” e o fato o deixou completamente aterrorizado. O medo e desconforto que ele sentiu inspiraram a criação de Myers.

Trilha sonora assustadora

Ao lado de Debra Hill, sua esposa na época, John Carpenter desenvolveu o roteiro de Halloween – A Noite do Terror, além de dirigir o longa. Porém, essas não foram as únicas contribuições do artista para a produção: Carpenter também compôs a marcante trilha sonora do filme.

A música, que utiliza o raro ritmo de 5/4, tempo aprendido por John com seu pai, foi composta em apenas quatro dias, e é uma das características mais aterrorizantes do filme.

O nome do filme era para ter sido ‘Assassinos de Babás’

The Babysitter Murders (Assassinos de Babás, em tradução livre) poderia ter sido o título do longa.

Segundo Irwin Yablans, produtor e distribuidor do filme, ele e sua esposa tiveram a ideia inicial para o roteiro. A princípio, os eventos narrados aconteceriam ao longo de vários dias, mas por conta do baixo orçamento, Debra e John decidiram concentrar o terror em uma única noite. Para reduzir o número de figurinos e cenários necessários, o dia escolhido foi o Halloween, que acabou dando o título definitivo para o projeto.

Por que Jamie Lee Curtis foi escalada para o papel?

Aos 19 anos de idade e com pouquíssima experiência como atriz, John Carpenter escolheu Jamie Lee Curtis como parte de seu plano para homenagear o cineasta Alfred Hitchcock na produção. Diretor de clássicos como Um Corpo Que Cai (1958), Os Pássaros (1963) e Janela Indiscreta (1954), a admiração de John pelo mestre do suspense foi crucial para a escalação de Curtis.

A atriz é filha de Janet Leigh, a Marion Crane de Psicose (1960), um dos filmes mais aclamados da carreira de Hitchcock. O parentesco com a estrela do longa foi o suficiente para Carpenter dar uma chance a Jamie em seu filme, no qual ela interpretou a inocente e perseguida Laurie Strode.

Produção de milhões

Halloween – A Noite de Terror contou com um orçamento modesto para os padrões da época: apenas US$300 mil foram o suficiente para tirar o roteiro do papel. Contudo, ainda que tenha sido realizado com pouco dinheiro, o filme rendeu uma fortuna nas bilheterias. Com mais de 70 milhões de dólares arrecadados, a produção foi, por muitos anos, o terror independente mais lucrativo da história. Em 1999, o recorde do longa foi superado pelo lançamento de A Bruxa de Blair.

Equipamentos de última geração

Apesar de contar com um orçamento apertado, John Carpenter fez questão de não poupar gastos com as câmeras utilizadas em Halloween. O equipamento da Panavision, de ponta na época, custou US$70 mil, quase um quarto da verba disponível para a produção.

A Panaglide, a mais cara utilizada no longa, era diferente da maioria das câmeras vendidas no mercado. Os equipamentos eram quase todas fixas, e a tecnologia da Panaglide permitia que ela se movesse. Com a ajuda dessa inovação, o diretor conseguiu simular os olhos da audiência percorrendo os cenários do longa, tornando a experiência ainda mais imersiva e assustadora.

Agora é hora de assistir essa obra clássica do terror, feliz Halloween!