A cada ano que passa o Festival de Curitiba me enche de orgulho com a consolidação de peças acessíveis em Audiodescrição e Libras. A acessibilidade na cultura não é apenas um recurso técnico, mas um passo fundamental para garantir que todos possam se reconhecer, se emocionar e se conectar com a arte. O 33º Festival de Curitiba reafirma seu mote “Festival para Todos” e o compromisso com a diversidade e a inclusão ao ampliar o acesso à arte para pessoas cegas e surdas.
A Libras é uma acessibilidade mais conhecida do público em geral. É mais comum vermos intérpretes de Libras sinalizando a Língua de Sinais em propagandas na TV, em aulas virtuais, solenidades, entre outros eventos. Já a Audiodescrição, que é a tradução de imagens em palavras, vem sendo conhecida aos poucos e crescendo ano a ano. Prova disso é a diversidade de opções de peças com Audiodescrição no Festival de Teatro.
A audiodescritora Raquel Carissimi, que faz a audiodescrição das peças de teatro do Festival, desde 2021, por meio da sua empresa a RC Audiodescrição e Acessibilidade, conta que em 2021 foram audiodescritos apenas três espetáculos transmitidos pelo Youtube. Em 2022, foram sete peças; em 2023, subiu para 12 e o grande crescimento foi de 2023 para 2024, quando saltou das 12 para 30 apresentações com audiodescrição ao vivo.
Este ano, as 30 apresentações se repetem, sendo 12 peças acessíveis para o público cego e com baixa visão. É bom informar que esse recurso de traduzir imagens em palavras se estende para outros públicos como pessoas idosas, com dislexia, com autismo, deficiência intelectual, entre outros públicos. Todo o dia tem espetáculo acessível em audiodescrição, é só escolher.
A primeira apresentação foi ontem, dia 26, no Teatro da Vila, com a peça Gargalhar para desestressar. Hoje, essa mesma peça ocorreu com audiodescrição, às 15h, no Palco Ruínas, e à noite, às 20h30, haverá a primeira apresentação da peça Ray – Você não me conhece, no Guairão com o recurso de acessibilidade.
O blog Tic Tag, do Bem Paraná traz, aqui, as 12 peças acessíveis para pessoas com deficiência visual com suas sinopses, dias e horários. A reserva dos ingressos das peças com audiodescrição e dos equipamentos de transmissão pode ser feita pelo telefone (41) 98414 0162. Não deixe de aproveitar essa oportunidade!
Gargalhar para desestressar
Dia 27/03, 15h, Palco Ruínas
Dia 28/03, 10h, Praça Santos Andrade
Dia 29/03, 17h, Praça Generoso Marques
Dia 30/03, 11h, Palco Ruínas
Sinopse: “Gargalhar para Desestressar” é um espetáculo cômico e reflexivo que aborda o estresse de uma maneira leve e acessível, convidando o público a entender e reconhecer suas causas no cotidiano. Por meio do carismático Palhaço Loro, o público vivencia, de forma divertida, as situações que geram estresse e a rotina que muitas vezes nos aprisiona. Com elementos do circo e muita interação, a peça oferece dicas práticas para lidar com as tensões do dia a dia, mostrando que, além de rir, podemos aprender a reduzir o estresse e viver de maneira mais equilibrada. Uma oportunidade única de se divertir enquanto reflete sobre o próprio bem-estar
Ray – você não me conhece
Dia 27/03, 20h30, Guairão
Dia 28/03, 20h30, Guairão
Sinopse: Uma homenagem ao consagrado músico Ray Charles, em que seu filho Ray Charles Junior se depara com o fantasma de seu pai dentro de casa, no dia seguinte ao seu enterro. Em uma atmosfera de reencontro, os dois passam a limpo questões nunca mencionadas entre eles. Um acerto de contas entre o gênio da música soul e seu anônimo primogênito. Um espetáculo íntimo e musical sobre amor e paternidade. Baseada no livro homônimo de Ray Charles Júnior, a peça conta a história do consagrado músico, deficiente visual e negro, com uma trajetória incrível como artista e ativista.
O Menino Maluquinho – O Show
Dia 28/03, 19h, Teatro Bom Jesus
Dia 01/04, 19h, Teatro Bom Jesus
Sinopse: “O Menino Maluquinho – O Show” é um espetáculo que celebra as infâncias e as crianças dentro de um contexto brincante e cantado. As canções de Rosy Greca foram compostas para as montagens teatrais de Curitiba na década de 80, ambas dirigidas por Fátima Ortiz. Neste show musical, que ainda mistura as narrativas e a estética do teatro, as músicas trazem como fio condutor o tempo das infâncias, a escola, a turma do Menino Maluquinho e suas peripécias, viver, crescer, sonhar, aprender e crescer… Está aí a grande ‘sacada’ de Ziraldo, escritor e ilustrador da obra que encanta gerações há 45 anos, desde o seu lançamento. O show é uma releitura da obra com as canções de Rosy Greca e com elas homenageamos Ziraldo e todos os fazedores de arte para crianças.
Ítaca
Dia 29/03, às 16h, Teatro Bom Jesus
Dia 30/03, às 16h, Teatro Bom Jesus
Sinopse: Um barco chamado Ítaca, tripulado por um único, valente e pitoresco marinheiro, cruza o oceano. De repente, uma implacável tempestade muda o rumo da aventura. Barco e barqueiro, levados pela tormenta, encalham em uma ilha deserta. Ali, a urgência da vida se traduzirá em cada gesto, cada rabugice e cada sonho. Com humor sensível e técnica apurada, Ítaca é uma oportunidade para se divertir e refletir a partir dos desvios do destino.
Brilho Eterno
Dia 29/03, 20h30, Guairão
Dia 30/03, 19h, Guairão
Sinopse: O que nos faria repensar o conceito de “amor à primeira vista”? Em que momento percebemos que uma relação não deu certo ou mesmo procuramos entender os pontos de interesse em desencontro para salvar o essencial ao animal humano: a troca? Eros, o amor romântico; Ludus, o amor passageiro; Pragma, o amor maduro; Philia, a amizade; Philautia, o próprio; Storge, o amor consanguíneo, e por fim, Ágape, o amor universal. Seriam variantes de um mesmo tema? Diferentes cepas de uma pandemia? Um sintoma que exige um tratamento pontual ou um mal autoimune que requer cuidados durante toda a sobrevida? Jesse e Celine sentem a necessidade um do outro, de maneiras e intensidades diferentes. Com a detecção de uma incompatibilidade, a necessidade continua sendo o mote da relação do casal, mas não a do amor dependente, cinematográfico e de últimos capítulos. Que o amor gera sofrimento todos sabemos, ao menos aqueles que já amaram, de fato. O quanto as pessoas estão disponíveis a assumir esses momentos de sofrimento durante a vida?
Amma Circo Show
31/03, 15h – Praça Bento Munhoz da Rocha Neto – Campina Grande do Sul
01/04, 11h – Palco Ruinas
02/04, 11h30 – Praça Generoso Marques
Sinopse: Pinduca e Furebo tentam apresentar seu único e antigo “mais novo show”. Pinduca, o artista principal da companhia, é muito exigente e cobra excelência de Furebo na execução do espetáculo. Porém, Furebo sempre atrapalha, pois está ocupado se divertindo. O espetáculo explora o potencial criativo e expressivo destes dois palhaços antagônicos, que bebem de referências clássicas da palhaçaria, para levar à cena as figuras de um que é mais mandão e centrado e, do outro, mais atrapalhado e distraído. Com deboche e simpatia, os palhaços apresentam um show engraçado, ao mesmo tempo que esbanjam ternura.
Movimento de Escuta – Mostra Surda de Teatro
Dia 30/03, 16h, Sesc da Esquina
Sinopse: “Movimento de Escuta” é um espetáculo de dança sobre cultura surda da Cia de Dança SOM, composta por cinco bailarinos surdos. O espetáculo tem direção de Clara Kutner, que também é fundadora da Cia carioca e do Projeto SOM. “Movimento de Escuta” fala sobre comunicação. Hoje, neste país fragmentado pós-pandemia, como afinar nossos sentidos e nossa comunicação? Uma metáfora de um campo de batalha onde os bailarinos “lutam” com seus corpos em um jogo que mescla dança e SLAM. A poesia visual surda é de extrema importância para nosso grupo, e serve como instrumento coreográfico também.
Mel de Laranjeira
Dia 03/04, 10h30, Teatro Municipal José Carlos Zanlorenzi
Dia 04/04, 15h, Praça Generoso Marques
Dia 05/04, 10h30, Palco Ruínas
Dia 06/04, 14h30, Praça Generoso Marques
Sinopse: A escravidão ainda existe! Aparentemente sem um pelourinho e chicotes, porém em uma escravidão moderna e bem disfarçada, sobrevivemos em um país com um povo de bom coração e outros cheios de malícias de exploração. Mediante as circunstâncias atuais, imagine o nosso país daqui alguns anos. Nessa trama intensamente dramática é que percebemos a necessidade da construção do roteiro Mel de Laranjeira.
Preta do Leite
Dia 03/04, 17h, Praça Osório
Dia 04/04, 17h, Boca Maldita
Dia 05/04, 17h, Praça João Cândido
Dia 06/04, 17h, Bebedouro do Largo
Sinopse: Preta do Leite era muito falante e saía cedinho para levar leite de porteira em porteira, de sítio em sítio. Às vezes, quando chegava ao fim da viagem o leite já estava coalhado de tanto que ela parava pra prosear e contar as novidades. Livremente inspirada no livro “Mitologia dos Orixás” (Cia. das Letras, 2000), organizado pelo antropólogo Reginaldo Prand., Edna Aguiar convida Preta do Leite para contar histórias da mitologia ioruba preservadas por meio da oralidade.
Dinossauros do Brasil
Dia 05/04, 16h, Teatro Bom Jesus
Dia 06/04, 16h, Teatro Bom Jesus
Sinopse: O novo espetáculo da Pia Fraus, comemorando 40 anos de história do grupo! Em 13 cenas independentes, contaremos o surgimento de nossos dinossauros até os dias atuais. Amazonsaurus, Irritaitor Challengi, Ubirajara Jubatus, Ibirania Parva, Megaraptora, Staurikossaurus, Saturnalia Tupiniquim e Sacissauro são alguns dos Dinossauros encontrados no Brasil que são abordados durante o espetáculo.
Sebastião
Dia 05/04, 18h30, Teatro José Maria
Dia 06/04, 18h30, Teatro José Maria
Sinopse: A partir do livro “Um Bar Chamado Patrícia”, de Bosco Fonseca, sete drag queens contam, cantam e compartilham o mito de São Sebastião, antes da canonização, como metáfora para falar de suas experiências como homens gays dentro do Bar Patrícia – o primeiro bar LGBT de Manaus, que existiu durante a Ditadura Militar. A obra reivindica o direito de existir, amar e ser livre, em plenitude.
Mish Mash
Dia 05/04, 20h, Positivo – Teatro UP Experience – Estacionamento 8
Dia 06/04, 17h, Positivo -Teatro UP Experience – Estacionamento 8
Sinopse: não divulgada pelo Festival.