
Neste mês em que se celebra o Abril Azul recebi diversas matérias sobre o autismo. Esta aqui me chamou a atenção, uma vez que ela trata do tema com o viés do envelhecimento. Precisamos sim pensar nas pessoas com deficiência e o aumento da expectativa de vida, uma vez que temos o aprimoramento do diagnóstico do autismo. Esse público traz necessidades específicas, que envolvem tanto a adaptação do suporte médico quanto o acolhimento psicológico e social. O tema é pouco discutido e a sociedade precisa estar alerta e informada sobre os desafios enfrentados por pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas diferentes fases da vida, em especial, na terceira idade.
“O Transtorno do Espectro Autista é um distúrbio do neurodesenvolvimento que acompanha o indivíduo ao longo da vida, exigindo adaptações em cada fase. No envelhecimento, desafios como isolamento social, dificuldades na comunicação e alterações cognitivas podem se intensificar, demandando uma rede de apoio estruturada”, explica o psicólogo Francisco Carlos Gomes, cofundador do canal Longidade.
A maturidade por si só já demanda uma atenção especial, mas no caso de pessoas com TEA, as necessidades são ainda mais específicas. “Muitos idosos com autismo podem enfrentar barreiras no acesso a serviços de saúde adequados e na compreensão de suas demandas particulares. Além disso, algumas condições comuns no envelhecimento, como demências e doenças crônicas, podem ter manifestações diferenciadas em pessoas autistas”, ressalta a médica geriatra Polianna Souza, também cofundadora do canal Longidade.
Diante desse cenário, especialistas reforçam a importância de ampliar o debate sobre o envelhecimento da população com TEA. Políticas públicas, capacitação de profissionais de saúde e fortalecimento das redes de apoio são essenciais para garantir qualidade de vida e bem-estar a esse público. “Precisamos enxergar essas pessoas para além do diagnóstico, compreendendo suas individualidades e assegurando que tenham suporte adequado para envelhecer com dignidade”, conclui a Dra. Polianna.