Pessoa com deficiência visual conta experiência com a automação residencial

Brisa Teixeira
Foto ilustrativa Positivo Casa Inteligente #PraTodosVerem Foto de uma mulher em cadeiras de rodas. De costas para nós, ela está em frente a um notebook sobre uma mesa. Usa fone de ouvido e segura um controle na mão direita, Sobre a foto duas caixas de diálogo: Smart Controle Universal e “Ligue ar-condicionado!”.

Foto ilustrativa Positivo Casa Inteligente #PraTodosVerem Foto de uma mulher em cadeiras de rodas. De costas para nós, ela está em frente a um notebook sobre uma mesa. Usa fone de ouvido e segura um controle na mão direita, Sobre a foto duas caixas de diálogo: Smart Controle Universal e “Ligue ar-condicionado!”.

Mesmo com o avanço das empresas, usuário diz que a falta de acessibilidade ainda é um desafio no mercado de produtos, que vêm sem comando de voz e sem botões físicos. Expectativa é que cada vez mais produtos cheguem ao mercado com acessibilidade integrada, promovendo maior autonomia e inclusão para todos

Nos últimos anos, as casas inteligentes deixaram de ser um luxo futurista para se tornarem uma ferramenta essencial na promoção de acessibilidade e autonomia para pessoas com deficiência, idosos e aqueles com mobilidade reduzida. Com comandos de voz, aplicativos conectados e dispositivos automatizados, esses avanços tecnológicos estão transformando a maneira como esses grupos interagem com o ambiente doméstico.

A possibilidade de controlar luzes, eletrodomésticos, fechaduras e até sistemas de segurança apenas com a voz ou pelo celular tem sido um diferencial para garantir mais independência dentro de casa. Márcio de Oliveira Lacerda, analista judiciário que perdeu a visão aos 12 anos, é um exemplo de como a automação pode fazer a diferença no dia a dia.

“Uso comandos de voz há cerca de cinco ou seis anos. Sou muito interessado em tecnologia e, quando soube da novidade, passei a usar. Primeiro conheci a assistente de voz da Amazon, a Alexa, e depois descobri outras possibilidades”, conta Lacerda. Hoje, ele utiliza assistentes virtuais para controlar o ar-condicionado, operar a air fryer e até criar lembretes para tomar remédios.

Apesar dos benefícios, o analista judiciário destaca que a falta de acessibilidade ainda é um desafio no mercado. “As fabricantes, via de regra, não se preocupam em oferecer acessibilidade em seus produtos. Hoje, muitos dispositivos vêm sem botões físicos e sem guias de voz, tornando impossível o uso por pessoas cegas. Os assistentes de voz ajudam a romper essa barreira”, explica.

Empresas como a Positivo Casa Inteligente têm investido em produtos que atendem às necessidades desse público. Rafael Sczcepanik, gerente de produtos da marca, explica que a automação residencial permite superar barreiras cotidianas, tornando tarefas antes complexas em ações simples e acessíveis.

“Com o uso de comandos de voz ou aplicativos, é possível controlar luzes, eletrodomésticos e fechaduras sem a necessidade de locomoção. Além disso, dispositivos como câmeras conectadas e sistemas de monitoramento permitem que familiares e cuidadores acompanhem a residência em tempo real, aumentando a segurança”, afirma Sczcepanik.

Entre as soluções desenvolvidas, destacam-se:

Para pessoas cegas, o impacto dos comandos de voz é ainda mais significativo. “A tecnologia de assistentes virtuais revolucionou a acessibilidade, permitindo a realização de tarefas sem a necessidade de telas ou botões físicos”, ressalta o gerente de produtos.

A evolução da acessibilidade

Márcio percebe uma evolução na acessibilidade dos produtos ao longo dos anos e passou a priorizar marcas que investem nesse aspecto. “Hoje, opto por produtos que já vêm com integração para assistentes de voz. Tenho ar-condicionado da LG e da Samsung, minha TV é Samsung, e todos eles são compatíveis com essa tecnologia. Mas nem todas as marcas seguem esse caminho em todos os produtos”, observa.

Ele cita o caso da LG, que oferece acessibilidade em suas máquinas de lavar e secar, mas não na linha de televisores. “Temos que pesquisar bem antes de comprar, porque, mesmo dentro de uma marca, nem todos os produtos são acessíveis da mesma forma”, alerta.

Para o futuro, as tendências na automação residencial indicam avanços ainda mais promissores. Segundo o gerente de produtos, podemos esperar sensores de presença mais inteligentes, dispositivos com inteligência artificial que aprendem a rotina dos usuários e até comandos por gestos, beneficiando aqueles com dificuldades de fala ou mobilidade.

Com a evolução contínua da tecnologia, a expectativa é que cada vez mais produtos cheguem ao mercado com acessibilidade integrada, promovendo maior autonomia e inclusão para todos. “A medida que novos dispositivos são lançados, vejo um esforço crescente das empresas em manter e expandir os recursos de acessibilidade. O caminho ainda é longo, mas a tecnologia está, sem dúvida, nos dando mais independência”, conclui Márcio.