A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) participou no dia 29 de novembro da Mobilização Mundial Pelo Clima, em São Paulo. O evento começou no vão livre do MASP e aconteceu um dia antes do início da COP 21, em Paris, a maior conferência sobre mudanças climáticas da ONU, onde se reunirão delegações de 190 países para adoção de ações para conter o aquecimento global. “O papel da SVB é mostrar que os produtos de origem animal são grandes responsáveis pela emissão de gases que causam o aquecimento”, destaca a coordenadora de campanhas da sociedade, Mônica Buava.
Com o slogan “Feche aboca, abra os olhos – #VeganPeloClima”, a SVB estará com faixas, camisetas e cartazes que exemplificam o impacto ambiental gerado pela criação de animais para consumo. Para a produção de 1kg de carne, por exemplo, são usados 15 mil litros de água e se desmata 80m² de área.
A intenção da SVB é alertar que a adoção de uma dieta vegetariana estrita (sem o consumo de nenhum produto de origem animal) é uma das maiores atitudes para preservação do meio ambiente. Segundo o último relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima, no Brasil, em 2013, o setor agropecuário contribuiu, somando o desmatamento para a expansão agrícola, uso de combustíveis fósseis e tratamento de efluentes, para cerca de 60% do total de emissões no país. Porcentual que supera as emissões nos setores de transporte, indústria, produção de combustíveis e geração de energia.
No evento ofereceu degustação de comidas veganas da SVB – no vão livre do museu, teve marcha até o Parque Ibirapuera, atividades culturais e um show com o cantor Lenine.
Dossiê
Recentemente, a SVB lançou o livro Comendo o Planeta: Impactos Ambientais da Criação e do Consumo de Animais, um um guia abrangente no assunto tanto para leigos como para especialistas, deixa claro que as crises ambientais que nos ameaçam são profundamente ampliadas pelo consumo de carnes e derivados.
A publicação, que teve coordenação de Cynthia Schuck, doutora pela Universidade de Oxford, consultora científica e coordenadora do Departamento de Meio Ambiente da SVB, em parceria com a jornalista Raquel Ribeiro, traz dados como: 30% das áreas terrestres são usadas como pastagem; 70% da área da Amazônia é usada como pasto, 90% da água é feita pelo setor agropecuário, entre outros números.
O relatório também discute a contribuição do setor pecuário nos níveis de emissão de gases de efeito estufa (GEE) no planeta, apresentando estudos recentes que mostram que medidas voltadas exclusivamente a melhorias na produção não serão suficientes para mitigar os altos níveis de emissão do setor.
Acesse
A versão digital completa do livro está disponível gratuitamente para download no link: https://www.svb.org.br/