A
busca pela prosperidade

Geralmente, quando se menciona prosperidade, vem à mente
sempre a ideia de bens materiais, de ter, de acumular, de dinheiro,
de posses, certo? Todos nós fomos – e continuamos sendo –
condicionados a trabalhar para ter um futuro melhor. Mas o que isso
significa? Na busca pela prosperidde, é economizar cada centavo
para comprar um carro ou uma casa para o nosso conforto e da nossa
família. Nada mais justo e não há nada de errado
em buscar a melhoria na nossa vida, o que chamaria de “ambição
saudável”.

Para
você, o que significa

1) Acumular seu primeiro bilhão aos 25 anos de idade?

2) Conseguir uma cobertura
no bairro mais nobre da cidade e se alegrar em receber os amigos
e mostrar quão bem-sucedido você é?

3) Ter carro do ano+casa
dos sonhos+dinheiro no banco?

4) Ganhar na megasena
e tornar possível qualquer desejo de aquisição
de bens?prosperidade:

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Vazio
existencial no trabalho e na vida

No entanto, o ser humano nunca está satisfeito com nada e
sai desmedidamente numa corrida insana, tal como o cão que
persegue o próprio rabo. Quando estudante, reclama do estágio
mal remunerado ao invés da oportunidade recebida de adquirir
experiência. Se efetivado no estágio, queixa-se de
ter que se submeter à hierarquia e ao chefe que considera
incompetente, ambicionando com a inveja estar em seu lugar. Se conseguiu
uma promoção, lamenta-se de ter mais trabalho dali
por diante.
Isso explica a raiz de muitos problemas que hoje do mundo corporativo,
onde é cada vez maior o número de profissionais em
depressão ou daqueles que, insatisfeitos em seus cargos,
recorrem ao rótulo moderno de “coaching” para,
na verdade, dar uma razão à conjugação
dos fatores muito trabalho+acúmulo de bens+vazio existencial.
Ninguém hoje é feliz com o que se tem. A ambição
desmedida e com o propósito única e exclusivamente
em amontoar a “fachada da prosperidade” não se
traduz em felicidade. “Todo trabalho do homem é para
a sua boca e, contudo, nunca se satisfaz a sua cobiça”.

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Não
estamos aqui a passeio

Diz uma passagem bíblica (para quem quiser conferir é
Eclesiastes versículos 5 e 6) que é lícito
gozar os bens, mas estes não podem satisfazer a alma. Isso
resume muito do que ocorre na nossa vida atual. Livros de auto-ajuda
impõe a necessidade e o “caminho” para ter sucesso,
as revistas de carreira ditam as regras para você ter seu
primeiro bilhão e estampam na capa o jovem “Tio Patinhas”
que chegou lá.
E daí? Beleza… Mas o que foi feito com essa riqueza? Nessa
mesma passagem, está a resposta para quem tiver ouvidos de
ouvir. “Se o homem gerar cem filhos e viver muitos anos, e
os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma não se
fartar no bem, e além disso não tiver um enterro,
digo que um aborto é melhor do que ele. Porquanto, debalde
veio e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome”.
Quando li, confesso que me choquei com as palavras, que são
duras e não deixam brechas a interpretações.
Se estivermos aqui apenas a “passeio” e trabalhar apenas
em busca daquela televisão de 52 polegadas ou de uma cobertura
em Miami Beach, quando nos formos teremos apenas um enterro e nada
mais. E olha o soco no estômago que vem depois: seria preferível
o aborto ao dom da vida que recebemos – e nem nos lembramos de sermos
gratos pelo ar que respiramos e pelo trabalho que põe, antes
de tudo, comida na mesa.

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O
que temos feito para nos fartar do bem

Além do trabalho, que é o lugar onde também
temos nossa contribuição para dar ao conviver com
os outros e provar ali mesmo nossas virtudes como ser humano (tolerância,
paciência, resignação e assim por diante), o
que temos da porta da empresa para fora?
Escuta seu coração para que venha à tona o
bem que pode fazer à sua família, presenteando seus
entes queridos com o convívio em detrimento de um videogame
de última geração, ao seu colega de trabalho,
dedicando alguns momentos apenas para lhe ouvir a aflição
que traz no coração ou mesmo burilando o espírito
ao desapego, já que essa passagem também alerta que
“como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará,
indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho que possa
levar na sua mão”.
Experimente fazer o bem de diversas maneiras – e o mundo ao seu
redor está repleto de necessidades – e sinta no seu interior
a felicidade plena, aquela paz de espírito. Esse sentimento
é muito diferente do prazer proveniente das satisfações
materiais, que são superficiais, efêmeras e transitórias.
Busque uma experiência no bem espiritual e no bem material,
compare as sensações e faça sua escolha.

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Frases

Ricos
normais podem ser roubados, ricos de verdade, não. Na sua
alma estão coisas infinitamente preciosas que não
podem ser tiradas de você.

Oscar Wilde

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ANA PAULA DE CARVALHO
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