Assédio
moral no trabalho

Humilhação é a palavra que melhor descreve
as situações de assédio moral no ambiente de
trabalho. Aquelas alfinetadas, o desapreço pela atividade
realizada e comentários agressivos feitos em tom de brincadeira
são alguns exemplos da humilhação exercida
não apenas por chefes, mas por colegas. Para se caracterizar
assédio moral, é preciso que as agressões e
humilhações sejam repetidas, freqüentes e em
excesso.

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Das
faltas ao suicídio

Se você está achando que esse assunto é brincadeira,
vale lembrar que essa violência causa faltas ao trabalho,
leva à dependência química, a doenças
e até ao suicídio. Na França, por exemplo,
depois de três suicídios consecutivos, foi aberto inquérito
contra uma montadora, que estaria exercendo pressão demais
sobre os profissionais no desenvolvimento de projetos automotivos.

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Problemas
de saúde

As conseqüências ultrapassam as paredes do trabalho,
conforme comprova pesquisa realizada pela Pontifícia Católica
de São Paulo. O relato de pessoas com problemas relacionados
ao exercício da profissão apontou que a depressão
era sintoma comum. Dos profissionais ouvidos, 80% deles sofriam
de dores pelo corpo, 67% de distúrbios do sono, 45% de aumento
da pressão arterial e 30% de dependência do álcool.

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O
comportamento do agressor

Na maioria das vezes, o chefe não agride apenas com palavras,
mas com ações de isolamento do grupo e mesmo de tarefas
do trabalho. Verifique se você já foi vítima
de algumas situações:
u O profissional é interrompido, ignorado, criticado, ameaçado
verbalmente ou por escrito;
u Ninguém dirige a palavra ao funcionário por ordem
expressa da chefia ou então é colocado de escanteio;
* O funcionário vira alvo de calúnias, boatos e provocações;
u O trabalho cai no descrédito ou às vezes é
delegada alguma tarefa que exige mais qualificação
justamente para que falhe.

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“Minha
chefe me segurou no braço com força para eu não
me expressar”

Para quem ainda pode estar pensando que é fantasia, leia
o depoimento de Mariana (nome fictício para proteger a depoente):
“Já faz mais de três anos que sofro com o comportamento
agressivo da minha chefe. Quando opino sobre alguma coisa ela diz
´esqueça´ e explica do jeito dela. Sempre me
subestima, grita muito e me ridiculariza na frente dos outros. Chegou
ao absurdo de me segurar pelo braço com força para
eu não me expressar. Comecei a ficar desanimada, não
tinha mais vontade de vir e cheguei ao cúmulo da depressão,
explodi e fiquei afastada. Agora contorno a situação
com tratamento psicológico e ficando mais tranqüila.
É horrível ter que engolir, não poder se expressar
e ficar acumulando, principalmente quando o superior sabe mas não
faz nada”.

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Fique
de olho nesses conselhos

* Choro fácil, desânimo, dores difusas, gastrite e
alergias são sinais de alerta;
* Evite a culpa e o retraimento;
* Não se submeta, mas também não parte para
o confronto;
* Seja firme ao tentar esclarecer as críticas contra você;
* Procure dividir o problema com algum profissional com autoridade
na empresa;
* Anote todos os incidentes e, se possível, grave as conversas
em uma possível ação judicial.

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O
que diz a lei

Para quem foi vítima de assédio moral no trabalho,
geralmente a via dos tribunais tem sido a indenização
por dano mora. Além disso, diversos municípios no
país possuem leis específicas.
No País, a primeira lei a tratar desse assunto é de
Iracenópolis (SP), regulamentada em 2001. Atualmente, há
diversos projetos em tramitação nos legislativos municipais,
estaduais e na esfera federal. Em São Paulo, Natal, Guarulhos,
Bauru, Jaboticabal, Cascavel, Sidrolândia, Reserva do Iguaçu,
Guararema e Campinas também já existem leis que condenam
esta prática. Em âmbito federal, há propostas
de alteração do Código Penal e outros projetos
de lei.
O autor do assédio moral deverá reparar o dano que
causou à vítima. Será obrigado a indenizá-la
por dano patrimonial e moral, porque prejudicou a saúde física
e mental, acabou com a auto-estima, denegriu a imagem, expôs
a honra e a boa fama, além de prejudicar o auto-respeito
de outra pessoa.
Portanto, exija seus direitos! A omissão é a pior
forma de combater essa violência.

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LIVRO

Esta é
a primeira
obra que relata
questões sobre
o assédio moral
nas empresas
do ponto de vista
de quem foi
assediado
e deu a volta
por cima.

 

 

 

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FRASES

“A violência é uma questão de poder. As
pessoas se tornam violentas quando se sentem impotentes”
Andrew Schneider

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ANA PAULA DE CARVALHO
anapaula @stampanews.com.br