Executivo global é o individuo que, devido a pluralidade do meio e a característica integradora do seu perfil como líder, desenvolveu habilidades para conviver e transitar com harmonia e equilíbrio em diferentes culturas e países. Através da minha atuação com consultor na área de seleção de executivos, analiso e interpreto há vários anos dados que representam traços da cultura gerencial brasileira, em particular aspectos que caracterizam um modelo próprio de gestão forjado durante as fases turbulentas da nossa economia.
Dançar conforme a música
Tendo vivenciado por várias décadas as turbulências de uma economia instável, a partir do estudo que realizamos, podemos afirmar que o profissional brasileiro aprendeu a se adaptar, de maneira ágil, conforme as exigências da situação e sua flexibilidade serve como referência no exterior. Os longos períodos de instabilidade, as pressões inflacionárias, o excesso de intervenções na economia, entre outros, contribuíram para formação de um estilo gerencial adaptável a constantes intempéries.
Talento brasileiro na cúpula de multinacionais
Não é por acaso que profissionais brasileiros ocupam posições de destaque na cúpula de grandes marcas internacionais, tanto no Brasil quanto no exterior. Um bom exemplo disso pode ser visto na conhecida multinacional americana Jonhson & Jonhson, líder na área de produtos de consumo, onde nas cinco regiões em que acaba de ser dividida a estrutura mundial da companhia, três estão nas mãos de brasileiros: EUA, Roberto Marques, América Latina, Suzan Rivetti, Europa e Leste Europeu, José Justino. O Brasil, que é o segundo maior mercado da companhia no mundo, acaba de empossar na presidência a baiana Maria Eduarda Kertész, ‘Duda’, como é conhecida a talentosa profissional com 13 anos de empresa.
Estudo qualitativo
O estudo que apresentamos não pretende ser dono da verdade em suas conclusões, mas procura sugerir reflexões sobre o momento de ajuste e crescimento do país e, em particular, o aprendizado adquirido nos períodos de adversidade. A partir deste estudo, por exemplo, pode-se apostar nas melhores condições de adaptação dos executivos brasileiros e em sua plena capacidade para ocupar com eficácia postos de comando nas organizações multinacionais. São mais flexíveis e adaptáveis às condições turbulentas das economias globalizadas.
Metodologia
Aproximadamente 300 executivos que passaram por processos seletivos para posições gerenciais e de diretoria, expostos a entrevistas, registraram as suas impressões sobre os seguintes temas: impactos da globalização e da nova ordem econômica internacional no sistema empresarial brasileiro, projeto de vida, plano de carreira, aspectos estruturais de suas competências e habilidades e adaptação permanente às exigências do mercado de trabalho.
Três perfis: segurança, reconhecimento e autonomia
Dessa amostra, sendo aproximadamente 190 executivos brasileiros e os demais expatriados,obteve-se com a somatória e cruzamento de dados três perfis. São eles: A) segurança, B) reconhecimento, C) autonomia. Os executivos mais identificados com o perfil A são menos propensos a correr riscos, típicos carreiristas, são pouco empreendedores e pró-ativos. Os executivos mais propensos ao perfil B estão prontos a correr riscos, embora demandem monitoramento de suas ações. Os executivos do perfil C se sentem capazes de alçar voos mais altos e necessitam de autonomia para utilização plena de suas capacidades e potencialidades. São empreendedores audaciosos na hora de correr riscos para atingir os objetivos da empresa. Acreditam que correr riscos faz parte do jogo ganha x ganha. No perfil A, predominam executivos estrangeiros, que adotam uma postura mais defensiva e cautelosa, devido possivelmente à condição de expatriados. Diminui a presença de executivos estrangeiros nos perfis B e C. No perfil C, é expressiva a presença de profissionais brasileiros que buscam estrategicamente novos desafios.
Reagir às mudanças não adianta, tem que antecipar-se a elas
O novo cenário quer contar com profissionais que sejam, antes de tudo, empreendedores diante das transformações do mundo, das empresas e do trabalho. Devem primar pela autoconfiança, capacidade de assimilar o que acontece 360º graus ao seu redor e captar o que está por acontecer. Ou seja, devem ser automotivados e capazes desenvolver liderança a partir da transparência, ética e engajamento. Afinal, reagir às mudanças não significa mudar, mas apenas adaptar-se a elas. Mudar, de fato, significa antecipar-se às mudanças.
Curtas:
*Prêmio Microsoft Educadores Inovadores
Educadores da rede pública e particular de ensino brasileira que queiram participar da 6ª edição do Prêmio Microsoft Educadores Inovadores podem inscrever seus projetos até o dia 26 de junho 2011. O prêmio vai reconhecer os melhores projetos educacionais que utilizam a tecnologia para aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem. Informações:https://www.educadoresinovadores.com.br/
*Procura-se Gerente Geral de TI para atuar junto a conglomerado empresarial no Paraná. Profissionais graduados em Sistemas de Informação, Ciência da Computação ou Engenharia da Computação, além de comprovar experiência mínima de cinco anos em funções similares, estão convidados a participar do processo seletivo. Remuneração atrativa e condições de trabalho desafiadoras. Interessados devem enviar currículos para: [email protected]
*Empresa paranaense Sofhar pretende ingressar no competitivo mercado americano. A empresa, que projeta crescimento de 35%, está dando mais um passo rumo à internacionalização, por meio de parceria firmada com a Universidade da Califórnia (UCLA) em Los Angeles (EUA). Pelo acordo, acadêmicos de MBA da universidade americana vão elaborar um plano de negócios para a empresa brasileira de tecnologia da informação. A princípio, a Sofhar deve oferecer serviços de desenvolvimento de software às empresas norte-americanas. A idéia é iniciar uma vivência no exterior, afirma o gerente de desenvolvimento da empresa, José Marcelo Cestari.
Frase:
Os grandes navegadores devem sua reputação às tempestades e temporais.
(Epicuro)