Busca por desafio, sinal dos novos tempos

Ana Paula de Carvalho — anapaula@stampanews.com.br

Até bem pouco tempo atrás, nossa maior ambição no mercado de trabalho era conseguir um emprego estável e, de preferência, sair dele somente com a aposentadoria. Era comum começar como office-boy e ir subindo na empresa à medida que as oportunidades apareciam.
O consultor Jerônimo Mendes relembra que essa era a regra para quem buscava um lugar ao sol e deveria se contentar apenas com isso. “Nossos pais e avós são o exemplo mais vivo em nossa mente. A maioria deles iniciou a carreira na empresa como contínuo, auxiliar de escritório ou auxiliar de produção. Alguns conseguiram galgar uma boa posição na escala hierárquica organizacional em cargos de supervisão, gerência e até mesmo diretoria. Outros, no entanto, aposentaram-se com o mesmo cargo, porém com o orgulho estampado no rosto pelo fato de ter trabalhado de 30 a 35 anos na mesma empresa”, conta.

Quem pulava de “galho em galho” era mal visto pelos colegas

A visão de antigamente premiava com menções honrosas o funcionário mais antigo, tido como fiel à empresa. Quanto maior o tempo de casa, maior era o respeito. “Ninguém queria “sujar” a carteira profissional nem se arriscar a ter mais de um ou dois empregos sob pena de ser questionado pelo patrão. Por conta disso, muitos profissionais eram contratados no mercado sem qualquer preparo e as empresas investiam em alguns cursos, pacientemente, até que o profissional atingisse o desempenho almejado”, avalia o consultor.
Hoje, no entanto, é mais fácil e mais rápido encontrar profissionais diretamente no mercado, já prontos e capacitados para começar a render lucratividade para a empresa. Agora é o profissional que tem a obrigação de se capacitar, de buscar treinamento e melhorias. “Você precisa chegar pronto, no mínimo com curso superior, domínio de língua estrangeira, especialização e uma vontade imensa de produzir resultados no menor espaço de tempo possível”, enumera.

Profissionais trocam de empresa como mudam de roupa
Por regra, é preciso apenas oferecer salário maior e benefícios atrativos para encontrar os melhores profissionais. O problema é que, com isso, os profissionais qualificados acabam trocando de empresa como quem troca de roupa. “Apesar da mudança, existem coisas que não devem mudar. Valores e princípios ainda são o sustentáculo de qualquer profissional, dentro ou fora do mercado. Talvez o mundo corporativo consiga suportá-lo sem princípios, mas a família dificilmente conseguirá em razão da discriminação imposta pela sociedade”, avalia.

Um exemplo
Relato aqui o exemplo de uma profissional reconhecidamente competente, que conseguiu em pouco tempo a posição de supervisora numa multinacional. O problema é que ela, justamente, não concorda com a política da empresa, que dá prioridade às metas e não deixa muito espaço para o diálogo para obtê-las.
Por conta disso, o desencanto foi o caminho natural e a empresa acaba ficando com os profissionais que buscam o ganho pelo ganho, sem dar valor ao relacionamento. Existem profissionais que irão se adequar a esse perfil, outros vão buscar seu próprio caminho, dando vazão à tão temida rotatividade por culpa da própria empresa.


algumas dicas:

O consultor Jerônimo Mendes compartilha algumas dicas para que os profissionais se ajustem aos novos critérios de avaliação:

* Investimento em educação é um investimento pessoal: mantenha-se atualizado por iniciativa própria; não dependa nem transfira para a empresa essa responsabilidade; conhecimento é a única coisa que ninguém consegue tirá-lo;

* Fuja da mediocridade: prepare-se para novos desafios, evite a zona de conforto, saia da defensiva, arrisque-se de vez em quando; ser medíocre significa esperar por milagres sem fazer algo diferente para merecê-los;

Seja diferente: você não precisa ser especialista nem generalista; basta adotar um comportamento proativo e tomar decisões com frequência; essa postura haverá de lhe proporcionar uma enorme vantagem competitiva;

Tenha o hábito de fazer mais do que o combinado: esse é o maior critério de avaliação em caso de redução de quadro. O que faria o seu chefe optar por você em vez do seu colega de trabalho numa hora dessas? Se você adotar essa prática e prevalecer o senso de justiça, já tem a resposta;

Toda empresa tem espaços vazios: sempre haverá espaços a serem preenchidos por pessoas que pensam, agem e produzem resultados acima da média; afinal, o que as empresas mais necessitam é de pessoas que resolvam problemas em vez de criá-los.

algumas dicas:
* O headhunter Hamilton Fonseca é fonte no portal www.netmarinha.com.br com suas opiniões sobre oportunidades para executivos na área de logística portuária.

* O sócio-fundador da Brand Analytics Consultoria de Marca, Eduardo Tomiya, o diretor do Grupo Proxxima (Meio & Mensagem), Pyr Marcondes, e o gerente de imagem corporativa e marcas da Petrobras, Eduardo Felberg, vêm a Curitiba no dia 12 de agosto a convite da ADVB.

* A Knauf do Brasil realiza nesta quinta-feira o Architektour. Direcionado para arquitetos, o evento é um ciclo de palestras gratuito que oferece uma oportunidade diferenciada de atualização e ampliação de conhecimento. Informações: marketing@knauf.com.br ou fone 0300 789 8373.