Carreira nos tempos de hoje

Ana Paula de Carvalho - anapaula@stampanews.com.br

Nada do que foi será / de novo do jeito que já foi um dia / tudo passa / tudo sempre passará… A letra, de Lulu Santos e Nelson Motta, continua mais do que nunca atual do ponto de vista da carreira.
Se antes aspirávamos a um emprego só, hoje nossa busca é por desafios constantes e isso não acontece apenas em uma organização apenas. Criar raízes na empresa ou, como a gente brinca, ganhar a “placa” de patrimônio imobilizado, é coisa do passado. Os tempos são outros e como é enriquecedor viver várias experiências, ter passagens por variadas funções. Antigamente, esse tipo de profissional era mal visto pelas organizações, era aquele que “pulava de galho em galho”.
Hoje não. É preciso adquirir vivências a partir de desafios diferentes e isso só se adquire passando pelas organizações, contribuindo, deixando sua marca, encerrando o ciclo e partindo para outra.

No meu tempo…

Nas minhas férias, lembro que comecei a puxar papo com uma jovem recém-saída das cadeiras da faculdade de jornalismo, e falávamos sobre vários assuntos: a universidade, que aulas mais gostávamos e por aí vai. A uma certa altura, ela me veio com essa: como eram suas aulas de internet?
Na hora eu não sabia se ria ou chorava. Fiquei com aquela cara de pastel, sabe como é?! Logo em seguida desatei a rir. A geração de hoje, onde na maternidade os bebês já são televisionados para os pais, tiram foto intrauterina nas ecografias em 3D e essas coisas da modernidade, nem se dá conta que existe, por outro lado, um elo perdido.
Eu me formei em 1995 e, cá entre nós, não faz tanto tempo assim. Naquele ano, a primeira sala de informática da Universidade Federal do Paraná estava sendo montada. A gente entrava, dava uma espiada e admirava aqueles dinossauros…
A carreira, assim como a internet e o trabalho jornalístico como conhecemos hoje, estava engatinhando…

Disquete era o pen-drive de hoje
Antes disso, ainda, eu já tinha começado a trabalhar. O ano era 1992 e naquele tempo os jornais só dispunham de computadores arcaicos (os tais txt), onde o disquete era o pen-drive de hoje…
Mas a diagramação era em papel, um papel enorme igual caderno de matemática. Eu sempre detestei fazer os cálculos de título, quanta matéria cabia ali, etc e tal. Agora é só tirar do word e jogar num programa de editoração para diagramar sem maior mão-de-obra ou, melhor ainda, postar no blog do portal do jornal ou no seu próprio, tuitar.

Como era o mundo sem o oráculo google

Além disso, diante da pergunta de como era a aula de internet, lembrei de um tempo onde não havia internet. É possível imaginar o mundo hoje sem esse meio, essa ferramenta, sem o oráculo Google? O e-mail? O celular?
Pois eu, assim como muitos outros profissionais do “elo perdido”, vivi esse tempo e relembro com saudosismo mas sem apegos. O arquivo para consulta de algum assunto importante ficava na redação. Eram pilhas e mais pilhas de jornais para sujar a mão folheando o passado… Não havia Google ainda e muito menos internet.

Passado, presente e futuro

Nas faculdades de hoje e nos profissionais que vão se formar amanhã, é preciso, logicamente, agregar as novas técnicas e a tecnologia, mas nunca esquecer ou desmerecer o passado. Tudo é evolução. E, se estamos nessa maravilhosa era da informação de George Orwell, é porque existiu um passado, um Orson Welles e seu anúncio, via rádio, da chegada dos ETs. E todo mundo acreditou.
Se fosse hoje, o twitter negaria a farsa em questão de segundos. Nós, que fazemos parte desse meio e que vai dar voz a um mundo sem fronteiras, alimentamos diariamente essa ferramenta com informação e opinião… É um mundo fantástico, onde a informação gira numa velocidade impressionante. Minha máquina de escrever Remington sentiria orgulho se ainda estivesse viva…

CURTAS
* O Instituto de Oncologia do Paraná realiza em agosto a I Jornada Científica IOP com o objetivo de reunir especialistas em torno de discussões médicas.

* A Prefeitura da Lapa abriu concurso para preencher 100 vagas para nível fundamental, médio e superior, com remuneração que varia de R$ 481,50 a R$ 8.463,09. As inscrições vão até o dia 31 de julho, através do site www.lapa.pr.gov.br.

* A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) lança programação de cursos para o segundo semestre. Vale a pena conferir: www.aberje.com.br/servicos_cursos.asp

FRASE
“Quanto mais longe você consegue olhar para trás, tão mais longe você está apto para ver à frente”
Winston Churchill