Em um mundo convencional, ostentar uma profissão que foge aos padrões é um desafio e tanto. Esse é o caso da cantora Edy Moreno, conhecida na noite com o nome artístico de Miss Black. Trazendo na bagagem ritmo soul, é impossível ficar indiferente à sua voz. Conheça a trajetória da mulher Edy Moreno (infelizmente não se dispõe de áudio para você conferir a voz inigualável de Miss Black)!

Como você iniciou sua carreira?
Edy Moreno – Comecei a cantar ainda na igreja sob a influência de meus pais, que cantavam no coral aos domingos. Foi inevitável me envolver com a música. Minha mãe conta que eu já cantarolava em meio as minhas atividades desde criança. Ali na igreja foi onde iniciei minha vida musical, participando de corais infantis e juvenis, além de me aplicar ao estudo de piano e às primeiras noções básicas de regência. Já na adolescência comecei a participar de Oficinas e Festivais de Música que me permitissem ir somando conhecimento e aprimorando o trabalho.

A partir de quando a música se tornou profissão?
Edy – Por volta dos 23 anos, passei a cantar para valer, isto é, recebendo pelo meu serviço, cantando em formaturas e cerimônias de casamento. Não demorou muito e eu já tinha uma certa clientela, que acabava indicando meu trabalho para outras pessoas. Depois, veio a oportunidade de ir para o ramo dos bailes e comecei a cantar em festas com bandas de estrutura maior. Isso implicava em conhecer um outro tipo de repertório que eu não estava muito acostumada a cantar, mas foi muito bom, pois foi uma verdadeira escola. Foi naquele momento que eu decidi que era no palco que eu queria estar.

Qual é o seu estilo musical e sua marca?
Edy – Em meu trabalho é possível ver marcas expressivas das principais influências, que vão desde Tim Maia e Ed Motta até ícones da música internacional, como Aretha Franklin, Stevie Wonder e James Brown. Atualmente, meu repertório é composto desde canções próprias, como “Tô na Pista” e “Alma Carioca”, além de releituras de nomes importantes, como Jair Oliveira, Lenine, Roberto Carlos, Seu Jorge, entre outros. O grande diferencial sem dúvida é a raiz black.

Como é essa carreira que desperta tanto fascínio e curiosidade?
Edy – A carreira não é fácil, assim como em qualquer outra profissão. Tem que se dedicar, procurar as possibilidades e os canais que possam favorecer seu trabalho. Exige comprometimento com o que se está fazendo e, claro, uma boa dose de paciência, pois as coisas não acontecem de um dia para o outro. É um processo muitas vezes demorado até sair do anonimato e cair nas graças de uma grande massa ou mídia.

O que difere sua profissão das demais ditas convencionais?
Edy – Acredito que o meu trabalho pode ser divertido e prazeroso ao mesmo tempo. É diferente de ter uma rotina de acordar, chegar às oito no trabalho, bater o ponto. A rotina de um cantor que se preocupa com o seu instrumento de trabalho é antes de tudo ter o cuidado com a voz. Diariamente, faço exercícios de aquecimento e de extensão para manter a minha musculatura em dia. Da mesma forma que um corredor faz exercícios de alongamento e aquecimento para informar sua musculatura que ele irá correr, o cantor faz o mesmo avisando a sua voz que ela será usada.

Além do dom para o canto, quais os outros pré-requisitos para se tornar cantora?
Edy – Para aqueles que querem se tornar cantores, é fundamental ter algumas qualidades, de preferência que sejam naturais, como ter boa voz e bom ouvido, ser articulado, uma pessoa que se comunica bem com as outras e tem poder de prender a atenção e ter uma dose de “cara-de-pau” é fundamental também (risos). Indivíduo tímido não combina com a profissão de cantor, pois você precisa ser dinâmico e saber entreter a sua platéia.

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