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Ei, oportunidade, cadê você?
Em nosso
país, enchemos o peito para nos gabar de nossas qualidades como solidariedade
(lembra da enchente de Santa Catarina e nossa capacidade de mobilização?), de
nossa criatividade, da capacidade de superação do nosso povo. Até aí tudo bem.
Mas quando partimos para o mercado de trabalho, o terreno parece se tornar
selvagem, primitivo. Os profissionais em busca de colocação não conseguem
oportunidade e, nesses casos, não adianta você mostrar boa vontade, capacidade
de aprendizado. O que importa é qual seu valor produtivo para tal
organização.
Dia desses, recebi um e-mail de um profissional sem experiência,
mas que demonstrou muita vontade para trabalhar.
Reproduzo aqui um trecho
que, acredito, é comum a muitas pessoas:
“Sou bacharel em Contábeis, sem
experiência, e não consigo arrumar uma colocação. Já tentei como auxiliar
contábil, mas ninguém me aceita. Mando currículo e ninguém me responde. Não
tenho experiência, mas sou capacitado para aprender rapidamente, só preciso de
uma oportunidade”.
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Superdotado vai para
faculdade,
mas até hoje vence
obstáculos na vida
A questão do acesso a oportunidades ficou
bem clara quando entrevistei o universitário mais jovem do país, Guilherme
Cardoso de Souza, 13 anos, que conseguiu passar no vestibular da concorridíssima
Universidade Federal do Paraná em primeiro lugar em Química.
No entanto, até
obter esse resultado excepcional, Guilherme passou desapercebido e ultrapassou
obstáculos, principalmente a falta de oportunidade. Os pais, com renda familiar
de R$ 870,00, tiveram que colocar o filho em escola pública e deram duro para
criar outras duas filhas. A mãe, Edna, conta emocionada que Guilherme aprendeu a
ler com dois anos de idade e maldizia o fato de não ter condições de dar um
ensino mais apropriado. “Eu me perguntava por que Guilherme não nasceu numa
família rica, onde teria mais oportunidades”, relembra a mãe.
O jovem
universitário, que está escrevendo livro didático de Química, ainda acessa a
internet por acesso discado e, detalhe, somente aos fins de semana, quando a
tarifa é reduzida. A mãe reconhece que sozinho ele não consegue. “Ele tem
inteligência, mas não é suficiente. Quem vai editar o livro”,
interroga-se.
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Melhores condições de estudo
a alunos de baixa
renda
Uma iniciativa louvável é o Programa Bom Aluno, do qual
Guilherme foi um dos beneficiados, que incentiva bons alunos de baixa renda a
ter acesso à capacitação educacional e técnico-profissional.
Criado em 1998,
foi no ano 2000, com a criação do Instituto Bom Aluno do Brasil, que o Programa
Bom Aluno se consolidou e se expandiu nacionalmente. Transformado em Franquia
Social, hoje atende a mais de mil crianças e adolescentes. São sete unidades em
cinco Estados: Curitiba, Londrina e Maringá (PR), Petrópolis (RJ), Nova Prata
(RS), Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG).
Em Curitiba, o programa atende
264 alunos. Hoje, as empresas parceiras do programa são a BS Colway, Amil,
Landys+Gir, Vipal, Rochatop, Racional Estruturas, Regional e Lume Tecnologia. De
acordo com Ozil Coelho Neto, diretor corporativo do Instituto BS Colway Social,
há muitos esforços na busca de padrinhos para os alunos, mas 140 deles ainda
precisam ser “adotados”.
Para não encerrar o programa, o empresário Francisco
Simeão, presidente da BS Colway, está recrutando a ajuda de outros que, como
ele, estende a mão a quem clama por oportunidade. O que você está
esperando?
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Livro
Oportunidades
aparecem quando estamos dispostos a mudar e vencer as montanhas do medo. Este é
um manual simples e valioso que ajudará a transpor as barreiras pessoais e
profissionais que nos impedem de prosseguir. Afinal, quantas maravilhas o ser
humano seria capaz de realizar se não tivesse medo?
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FRASE
“Podemos jogar pedras, reclamar
delas, tropeçar nelas, escalá-las, ou construir com elas”
William Arthur Ward
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ANA PAULA DE CARVALHO
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