Diante da situação de pleno emprego que vive o país, aliada à necessidade de redução de custos e a falta de mão de obra em alguns segmentos, várias são as empresas que contratam estagiários e trainees.
Distorções
Embora o estágio tenha sido regulamentado em lei, muitas empresas ainda fazem uso indevido de jovens recém-formados em busca de um primeiro emprego. Para Maria Tereza Ribeiro, diretora de Qualidade e Gestão de Pessoas do Grupo Uninter O que se presencia em vários casos, é que algumas empresas utilizam estes profissionais para atividades fins, que poderiam estar sendo realizadas por auxiliares administrativos. Além de tirar o primeiro emprego destes iniciantes, impossibilita também dar conta do objetivo principal da Lei de Estágio, que é desenvolver este estudante em todos os níveis para o mercado de trabalho. A verdadeira valorização destes jovens profissionais consiste na preparação e no desenvolvimento com respeito, e ciente que estes serão cidadãos no futuro.
Relações interpessoais e equilibrio emocional
Para a executiva do Grupo Uninter Da mesma forma que muitas empresas tem realizado programas de trainees de alta capacitação, os estagiários ao ingressarem na empresa, também deveriam ter um projeto bem estruturado conforme a sua linha de formação a ser desenvolvido e que, ao final do tempo estabelecido no contrato, apresentar aos altos executivos, com avaliações e feedback. As empresas também poderiam adicionar ao desenvolvimento deste futuro profissional temas de relações interpessoais e o equilíbrio emocional extremamente importante nos ambientes de trabalho, finaliza Maria Tereza.
Bons exemplos
Mas vamos nos ater às boas iniciativas de corporações que mantêm sérios programas anuais de busca de talentos. Exemplo disso é a Ernst & Young Terco, que está com 22 vagas abertas para trainee em Curitiba neste ano. O sócio-lider da companhia em Curitiba, Marcos Quintanilha, enfatiza que um dos principais atrativos são as chances de ascensão. Nossos profissionais têm a clara visão de progresso na carreira à medida que vão demonstrando sua capacidade de aprendizado e dedicação aos estudos e aos clientes, avalia.
De trainee a sócio
No hotsite da campanha de trainee deste ano (www.traineeseyt.com.br), um dos depoimentos é o do executivo Claudio Camargo, que iniciou como trainee e hoje é sócio de auditoria. Entre a bola e a calculadora, ele optou pela segunda. Fui jogador de futebol e na época, em 1987, fiz vestibular para Administração e tive que tomar uma decisão entre a carreira de jogador de futebol ou estudar na universidade. Hoje percebo que tomei a decisão certa, conta. Ele aponta que foi subindo na carreira degrau a degrau, enfatizando que a Ernst & Young Terco proporciona crescimento e carreira internacional, quando foi designado para atuar nos Estados Unidos. Os trainees têm que entrar com vontade muito grande de aprender, com possibilidade de adquirir conhecimentos de uma forma bastante rápida, afirma ele.