De que adianta para nós, brasileiros, sermos criativos, solidários, amistosos, caridosos, cooperativos quando o trabalho envolve equipe se isso não se traduz em lucro no final do mês?
Esse pensamento nos assalta por vezes quando nos deparamos com o jeito americano de se relacionar com outras pessoas, quer seja no meio profissional, quer seja no trato pessoal e familiar.
O sonho americano pelo lucro e nada mais do que o lucro banaliza as relações e acentua a frieza daquele povo com relação às agruras de outros seres que sobrevivem à margem do sistema. Isso porque a maioria da população não possui a riqueza de um Bill Gates ou Jack Welch.
Nos Estados Unidos, o lema é competitividade selvagem. Não basta finalizar algum projeto ou tarefa, mas é preciso terminar em primeiro lugar. Na vida cotidiana das famílias, a Síndrome da Grama Verde é realidade. Se o vizinho tem um carro esporte, o americano vai se esforçar para conseguir um também e assim por diante.
É um jeito selvagem de viver a vida e se relacionar com as pessoas, onde o lucro e as posses materiais dão lugar às questões de aproximação, cuidado, carinho, afabilidade. O americano está muito longe do contato humano, que faz falta e o torna muito solitário.

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Cuidado com a americanização no trabalho
Já trouxemos dos “States” o fast-food e todas as consequências de seguir uma dieta hipercalórica, dando vazão a uma geração de obesos, o mesmo acontece no mundo corporativo. Reuniões têm temperatura glacial, tudo muito formal, objetivo e seco.
Na frente, não existe um ser humano tratando com outro, mas dois selvagens tratando de metas, objetivos, lucro. Isso deve existir, lógico, senão ninguém sobrevive, mas para alcançar metas, as pessoas precisam estar motivadas como seres humanos, para ter lucro, novamente as pessoas querem ser valorizadas pelo que representam para a organização e não apenas estar numa planilha de Excel como item do antigo “DP”.

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Choque de cultura
No final de semana, com amigos em uma mesa de restaurante, confesso que esse choque de culturas veio à tona. Admito que me causou desconforto saber que têm pessoas que executam seu trabalho apenas visando o lucro, que não saem das suas cômodas cadeiras se não estiverem ganhando o que acham suficiente, que impõem o preço sem se importar com a condição que o outro tem a pagar.
É chocante constatar que até certa altura essas pessoas estão certas, precisam ganhar o pão de cada dia, mas ficar do alto de um pedestal esperando lucrar é, no mínimo, egoísmo. Tinha esperanças de ouvir que, do outro lado, essas pessoas se dedicavam a um projeto social ou algo do gênero, mas nada…
É a mais brutal força de trabalho querendo lucrar, um verdadeiro trator materialista, uma triste constatação.

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Jamais perder a ternura
O povo brasileiro, talvez por sua colonização, mas não vamos aqui entrar nessa seara, é pacífico por natureza, mas tomou essa característica como sendo um defeito. Para contrapor a isso, decidiu se moldar ao american way of life, que fica artificial ao profissional brasileiro.
Uns, é claro, adotam essa postura americanizada por já estar familiarizado por ter características como a rispidez, a objetividade no trato e a superficialidade nas relações. É nato.
Para outros, no entanto, fica evidente que não é seu esse jeito de ser. São pessoas que se preocupam com as outras, cuidam da sua equipe para que tudo esteja em ordem, fazem o bem, abraçam e se cumprimentam efusivamente. Não deixam de exigir o cumprimento de metas para obter o lucro, mas o fazem de forma a engajar todo mundo para alcançar o resultado – e depois reunir a firma para comemorar.

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Evitando a rigidez americana
1) Dê bom dia, boa tarde, boa noite. Não há nada pior do que você entrar num elevador ou cruzar com as pessoas como se fosse uma peça de museu;
2) Seja gentil com as pessoas, dê sugestões, faça a diferença no bom sentido da cooperação;
3) Trabalhe em equipe e ajude quem está ao seu lado. Um dia talvez seja você quem estará pedindo ajuda;
4) Numa reunião, cumprimente, use a objetividade quando for preciso, mas não seja rígido ao ponto de transformar a reunião num campo de batalha onde só se trocam acusações e não se chega a lugar algum.

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CURTAS

* Estudo divulgado pela companhia americana Jobvite, especializada em recrutamento on-line, mostrou que 95% das empresas já adotaram como rotina a busca por candidatos nas redes sociais, especialmente o Linkedin.

* A Editora IBPEX lança novos títulos de seu catálogo com a participação de quatro autoras de renome na área de Secretariado Executivo: Marlene de Oliveira e Maria Thereza Bond, com quatro volumes do “Manual do Profissional de Secretariado”, Claudia Mônica Ritossa, com “Marketing Pessoal – quando o produto é Você” e Teresa Vargas Sierra com “Espanhol – A prática profissional do Idioma”.

* A Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o medo do desemprego é o menor em sete anos. Dos entrevistados, 53% não temem mais perder a vaga.

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Frases

“Sê humilde para evitar o orgulho, mas voa alto para alcançar a sabedoria”.
Santo Agostinho

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