O que hoje é um executivo top de linha certamente foi ontem um “cabeça dura” persistente mesmo diante de sucessivos fracassos. Vamos tomar como exemplo a história da Pixar, o maior estúdio de animação da atualidade. Nos anos 80, os até então quatro funcionários da empresa sonhavam com animações em 3D. Para isso, contrataram o animador John Lasseter, que somou vários fracassos antes de colher sucesso. Até chegar à produção de Toy Story, Lasseter e seus companheiros quase chegaram à falência ante a negativa da Disney, que não aprovava a história. Foi então que decidiram começar do zero o roteiro e partir do pressuposto de fazer o que eles mesmos gostariam de ver nas telas. E deu certo. Assim como os animadores da Pixar, que foram obrigados a seguir regras impostas pela Disney, quantas vezes acabamos nos limitando à perspectiva do chefe e deixando de criar a partir da nossa vivência e da nossa diferença nesse mundo?
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A diversão de fazer o que se gosta Antes da formação da Pixar, Lasseter já mostrava sua paixão pela animação. Em sua infância, os Jetsons era um dos seus desenhos animados preferidos e essa nostalgia pode ser vista nos brinquedos artesanais e da época de seu diretor. Lasseter sempre acalentou o sonho de atuar nessa área desde sua infância. “Sempre quis trabalhar para a Disney. Quando era criança, chegava a mandar cartinhas. Na universidade, consegui emprego durante as férias de verão na Disneylândia. Agora completo o ciclo, estou de volta como chefe de criação do estúdio e também faço projetos para a Disneylândia baseados nos meus personagens, como Toy Story, Nemo e Carros”, conta.
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Paixão alidada à educação formal Lógico que, para se tornar o que é hoje, Lasseter estudou muito. Cursou o ano inaugural do programa de animação de personagem no California Institute of the Arts e formou-se em cinema em 1979. Enquanto estava no California Institute of the Arts, produziu dois filmes de animação, ambos vencedores do Oscar estudantil de Melhor Animação. Seu primeiro prêmio, no entanto, veio aos cinco anos quando ele ganhou US$ 15 do Model Grocery Market em Whittier, Califórnia, por um desenho com lápis de cera do “Cavaleiro Sem Cabeça”.
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Sonho ao alcance de todos Se você imagina que a animação está somente ao alcance de poucos, engana-se. O brasileiro Guilherme Jacinto foi estudar animação em 2003 na Califórnia e ficou por lá. No terceiro ano de faculdade, enviou sua animação para o estúdio e eles aceitaram desde que ele terminasse a formação. “Quando me formei, eles me ofereceram trabalho”. Contratado pela Pixar, já trabalhou nos filmes “Wall-E” e “Up”.
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Ambiente de trabalho estimula a criatividade mas cobra por resultados em bilheteria O campus da Pixar, na Califórnia, reúne o que há de mais descontraído e agradável em termos de ambiente de trabalho. O espaço oferece piscinas, cinemas e uma lanchonete com forno à lenha. Há detalhes criativos por toda parte: estátuas em tamanho natural de personagens de animação, portas disfarçadas de estantes de livros giratórias, um balcão de recepção que vende brinquedos. Em vez de baias, os animadores da empresa trabalham em cabanas privativas, literalmente cabanas de jardim montadas em fila, como uma série de vestiários de praia, cada qual idiossincraticamente decorada – uma cabana em estilo polinésio, por exemplo, pode estar ao lado de um minicastelo medieval com um fosso de mentira. Os benefícios não param por aí. A empresa é tão comprometida em investir na qualificação permanente de seus funcionários que possui um programa de treinamento interno oferecendo centenas de cursos de arte, animação e produção de filmes. Qualquer funcionário pode fazer o curso que desejar, em qualquer uma dessas áreas, mesmo que não seja na sua área de atuação dentro da empresa. Não há segregação por setores, até porque todos trabalham juntos para contar as histórias nos filmes da melhor maneira possível, seja o sujeito que trabalha na área de tecnologia, o roteirista, o animador, todos são considerados artistas. A empresa incentiva de tal maneira essa formação contínua que as salas de aula vivem cheias e as horas de estudos (quatro horas semanais) são contadas como horas de trabalho. Isso vale tanto para o chefe de departamento quanto para o faxineiro. Todos são estimulados a embarcar na cultura da aprendizagem contínua.
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CURTAS • A multinacional alemã B.Braun, líder no segmento médico-hospitalar, está apoiando o processo de expansão do Hospital Pequeno Príncipe através da iniciativa “B.Braun for Children”, que ‘abraça’ projetos voltados para crianças e jovens e comprometidos com o futuro.
• Prepare-se: pesquisa feita pela ISMA-BR (International Stress Management Association) mostrou que no mês de dezembro os níveis de tensão são bem mais altos do que no resto do ano, apontando que o stress aumenta 80% nesse período. “As causas disso passam pela sobrecarga de trabalho neste período, trânsito, solidão no período das festas e até pelos gastos adicionais com presentes e viagens”, explica Ana Maria Rossi, coordenadora da pesquisa.
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Frases
“ “Dificuldades são coisas que mostram o que os homens são“ Epitetus
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