Tem gente que não gosta de política, certo?! A desculpa é sempre a mesma: prefere não se envolver, só tem gente corrupta nesse meio, de nada adianta reclamar e por aí vai. Mas desde que o mundo é mundo o homem é um ser político e note que praticamos política 24 horas, seja no relacionamento social, pessoal e até corporativo. Afinal, vai dizer que você nunca negociou um aumento de salário, nunca participou de um discurso acalorado no seu grêmio estudantil ou fez parte do centro acadêmico de sua faculdade? Tudo é política e, quanto mais nos afastamos dessa prerrogativa, mais deixamos que se alastrem os mandos e desmandos nas mãos de outras pessoas que não aprovamos. O que quero dizer é que, até ao redor de onde você mora ou trabalha, é preciso e possível fazer a diferença como ser político e lutar contra a falta de oportunidade que nos cerca. Se você reclama da segurança pública, por que sua empresa inserida na favela não cria um programa de inclusão social ou gera oportunidades de empregar mão-de-obra que precisa de oportunidade? Você dirá que falta qualificação para essas pessoas, desprovidas desde o berço de qualquer tipo de incentivo para crescer e ser incluída na sociedade. Ninguém mora na favela porque quer, mas por vários fatores que, enumerados aqui, daria uma lista interminável. Mas, se tudo está fora do seu alcance, não é justificativa delegar tudo ao poder público. Já sabemos que o sistema público é lento, ineficiente, enredado em corrupção. Se formos nos ater a isso, passaremos várias encarnações pela Terra em vão. Assim, precisamos fazer nossa parte como seres humanos ajudando outros seres para que possam se inserir na sociedade.
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A (falta de) oportunidade Um dos fatos que me chamou atenção recentemente foi o filme “Sonho Possível”, com Sandra Bullock adotando um homem de 18 anos. Totalmente perdido na vida, sem família, desestruturado socialmente, sem acesso à educação de qualidade, o tal “Big Mike” retratado no filme – real – tinha tudo para se tornar um traficante ou criminoso. No entanto, a vida desse rapaz mudou totalmente ao receber o olhar afetuoso da personagem de Sandra Bullock e abrigá-lo da chuva e do frio (coisa que poucos entre nós faríamos). “Foi Deus que nos enviou até ele. Outra explicação não faz sentido”, diz verdadeiro Sean Tuohy, marido de Leigh Anne Tuohy, agente da transformação na vida de Michael Oher, hoje com 23 anos e atacante do Baltimore Ravens. Qualquer semelhança não é mera coincidência com o que ocorre nas ruelas de Curitiba ou qualquer outra cidade brasileira: Big Mike é negro, obeso e filho de uma mãe viciada que nem sabe de quem Mike é filho e não consegue aliar vício e cuidado maternal. Marcado pela rejeição, ele cresceu pulando de um lar adotivo para o outro sem nunca encontrar acolhimento verdadeiro. Os vários traumas de sua infância fizeram com que ele pareça um grande vazio e, entre a indiferença e a burrice, seus professores chegam a rotulá-lo com deficiência mental. Na verdade, um mecanismo de defesa psicológica adotada pelo rapaz. Para ele, quanto menos envolvimento ele tiver com o que acontece ao seu redor, menor será a dor.
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Big Mikes por aí É impossível ficar alheio ao filme sem nos perguntar o que estamos fazendo aqui nessa Terra, como mudar nossa realidade que nos cerca, de que maneira gerar oportunidade em meio a tantas adversidades. Existem várias possibilidades, começando pelos talentos que Deus concedeu a cada um de nós. Se você é ótimo em finanças, tem tanta gente querendo desbravar o mundo da matemática e ser alguém na vida… Se o dom é com as palavras, quantas crianças necessitam de aulas de português ou interpretação de texto. Se sabe contar histórias, as pessoas estão precisando ouvir contos e poder sonhar com um dia melhor. Caso saiba artesanato, olhe a oportunidade de levar conhecimento e propiciar geração de renda às mulheres à margem de qualquer autoestima. São múltiplos os cenários para ajudar alguém, basta deixar aflorar nossa humanidade, ouvir o coração e seguir a intuição para poder plantar sementes que irão ou não germinar. Isso não depende só de nós, mas do outro também. Assim como Jesus na parábola das sementes, o bom semeador precisa plantar as sementes em solo fértil. As que foram jogadas na beira do caminho, em solo pedregoso ou entre espinhos não cresceram. Já as que foram semeadas em terra fértil, deram frutos e prosperaram. Que assim seja nossa semeadura de palavras no coração dos leitores: que floresçam boas ações, programas de responsabilidade social ou uma simples palavra a quem necessita.
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CURTAS
* O Grupo PoliService está contratando profissionais para diversas áreas. Informe-se: (41) 3351-1947 ou [email protected]
* Até sexta-feira, a Agência do Trabalhador vai disponibilizar um funcionário para intermediar mão-de-obra no Fórum Trabalhista de Curitiba. O público que transita pelas dependências do Fórum poderá consultar, das 12h às 18h, as vagas de emprego disponíveis e imprimir carta de encaminhamento. O Fórum Trabalhista de Curitiba fica na Rua Vicente Machado, 400.
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Frases “Consciente ou inconscientemente, cada um de nós presta um ou outro serviço. Se nós cultivamos o hábito de fazer este serviço deliberadamente, nosso desejo de servir crescerá gradualmente e faremos não apenas nossa própria felicidade, mas da sociedade em geral.” Mahatma Gandhi
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