Quando presencio profissionais saindo de férias, os sintomas são evidentes: euforia, alegria, motivação e olho direto no calendário! Porém, estamos vivendo tempos tão competitivos e agressivos, que um colega meu para sair de férias estava estressado. Dizia ele que o chefe exigia que ele deixasse inúmeras tarefas adiantadas para dar conta da sua ausência. Isto é: ele precisava “ralar” o dobro para poder sair de férias sem o peso nas costas. Senão corre-se o risco de outro profissional tomar o lugar. Isso é fato.

Férias com stress 

De acordo com pesquisa realizada pela unidade brasileira da International Stress Management Association (Isma), associação de prevenção e tratamento de estresse, 38% dos 678 profissionais participantes do levantamento admitiram ter medo de tirar férias.
Ao contrário do que se imagina, afastar-se do trabalho para esses profissionais não é descanso, diversão e tempo livre. “Esse é um número bastante alto se levarmos em conta que se trata de um benefício que o funcionário têm, mas muitas vezes acaba sendo encarado como obrigação”, afirma a presidente da Isma BR, Ana Maria Rossi.

Síndrome da ausência

Para 46% dos entrevistados que têm receio de curtir o descanso, o principal fator é que decisões importantes sejam tomadas na empresa durante sua ausência. Estar ali para essas pessoas pode ser a diferença entre estar empregado ou buscando uma nova colocação. A dificuldade de se “desplugar da tomada” leva executivos a carregar seus celulares e laptops para onde for, seja na praia distante cem quilômetros ou num país do outro lado do mundo.

Ditadura da informação
A competitividade nos dias atuais obriga todos nós – do cargo mais simples ao mais exigido – a estar sempre à frente, antenado, plugado, conectado. A ditadura da informação nos impõe a conexão com as redes sociais, mandar mensagens virtuais, postar conteúdo nos blogs, ou seja, demonstrar que estamos atualizados. E essa atualização se sobrepõe constantemente, segundo a segundo.
Lembro com uma certa dose de saudosismo os tempos em que na redação recebíamos as últimas notícias quentíssimas do Oriente Médio através de um aparelho barulhento de telex. E não faz tanto tempo assim! As notícias demoravam pelo menos 12 horas para atravessar oceanos e chegar até nós pelos telejornais, rádios e telex.
Hoje não. Tomamos conhecimento sobre os conflitos do Egito a um clique. Imagens em tempo real. Conferências de negócios pela internet. Congressos transmitidos on-line para todo mundo. E precisamos apressar o passo para acompanhar.
As mudanças foram muitas em tão pouco tempo e nosso organismo parece estar estafado por esse ritmo. 

Adaptações
Assim como os colaboradores têm dificuldade em se desconectar do trabalho, levando celular e checando emails todos os dias, as organizações também estão se adaptando. Há empresas, no entanto, que exigem de seus executivos manter o celular corporativo ligado e estar sempre de prontidão nas férias para resolver qualquer problema.
Isso é errado do ponto de vista legal, mas é uma cultura aceita como “normal” pelo próprio profissional. Quantas vezes você está em plena execução de seu horário de almoço quando toca o celular com alguma solicitação do chefe?! Se você demonstrar incômodo com a situação, seu concorrente não. Infelizmente é uma realidade em que é preciso ter jogo de cintura para fazer concessões e impor outras. “O ideal é que haja essa abertura para que fique claro como que o profissional ficará sem a empresa e como que a empresa ficará sem esse profissional durante o período das férias”, conta Ana Maria.

Siga algumas dicas e divirta-se!
n Não trabalhe nelas
n Esqueça dos problemas profissionais
n Não atenda ligações sobre trabalho (exceto em casos de urgência)
n Desligue-se de tudo
n Dedique um tempo fixo para si mesmo
n Aproveite todo o tempo livre e não se prenda a horários
n Relaxe
n Pare por vários pequenos intervalos durante o dia
n Viaje para lugares que gosta ou que nunca foi
n Planeje passeios e programas com a família
n Vá ao cinema e assista a uma boa comédia
n Preserve sua espiritualidade

curtas
* O Colégio Sesi de Ensino Médio, que oferece uma metodologia de ensino inovadora e diferenciada, ainda tem vagas disponíveis em suas unidades de Curitiba e Região Metropolitana. Informações: www.colegiosesi.com.br

* O Comunique-se realiza curso sobre Comunicação em redes sociais voltado aos profissionais de comunicação, especialmente jornalistas. Informações: www. escoladecomunicacao.com.br

* A Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) tem duas vagas para Professores Colaboradores, com salários de R$ 849,21 a R$ 2.147,63. Inscrição até amanhã. Informações: www.unicentro.br

* O Consórcio Intermunicipal de Saúde (Amunpar) tem 32 vagas com salários de R$ 796,04 a R$ 2.196,52, com inscrição até o dia 17 de fevereiro. Informações: www.fauel.org.br

* A Universidade Estadual de Maringá (UEM) tem 68 vagas para Professores com salários de R$ 1.698,42 a R$ 6.657,64. Inscrição até o dia 18 de fevereiro. Informações: www.uem.br/concurso

FRASE
“Pessoas inteligentes escolhem suas próprias experiências, aquelas experiências pelas quais querem passar.”
Aldous Huxley