Descubra se você é um verdadeiro workaholic

Especialista garante que não é preciso trabalhar 99% do tempo para ser um bom funcionário

Bem Paraná

Responder e-mails de trabalho nos finais de semana, horas extras constantes, cancelamento de eventos sociais para realização de tarefas profissionais. Esses são alguns sintomas de quem já excedeu o limite da dedicação e se tornou um viciado em trabalho, também conhecido como workaholic. O que essas pessoas não percebem é que se dedicar integralmente à vida profissional em busca de um sonho pode afastá-lo pouco a pouco dos objetivos.

Segundo a coach Cibele Nardi, nada em excesso é saudável e com o trabalho não seria diferente. O trabalho é bom enquanto é prazeroso e traz o retorno suficiente para suprir projetos e sonhos. A partir do momento em ele impede o indivíduo de viver momentos que o aproximam desses objetivos, ele deixou de ser saudável e passou a ser uma doença, conta.  A saúde mental e física dos workaholics é afetada e a ideia de que o empenho excessivo no trabalho trará realizações pessoais não passa de ilusão.

A quantidade de tempo dedicada a tarefas profissionais não supera a qualidade da utilização deste tempo. Não é preciso trabalhar durante 99% do dia, mas sim focar-se para cumprir seus deveres com qualidade nas oito horas em que passa no escritório, diz Cibele. O cansaço muitas vezes reduz a produtividade e só cria um ciclo vicioso. É preciso alimentar-se bem e dormir bem para ter um desempenho satisfatório no trabalho, explica a coach.
Por isso, assim que for detectada a doença é importante estabelecer uma rotina, com horários para cada tarefa diária. Comer, dormir, praticar atividade física, ficar com a família, devem constar na lista. A tentação de trabalhar fora de hora irá surgir, pois todo vício tem sua fase de abstinência, mas a pessoa deve ter determinação e força de vontade para vencer essa barreira, relata Cibele. Passada esta fase, o equilíbrio será alcançado e o trabalho, aliado ao lazer e satisfação pessoal, irá fazer com que os sonhos finalmente se realizem.

De acordo com recentes estudos, a síndrome do workaholics está se proliferando cada vez mais devido à atual crise econômica mundial, já que muitas pessoas sentem incertezas em relação ao futuro de sua carreira caso não saibam o tempo todo o que está acontecendo em sua empresa e têm medo de que, ao voltar das férias, durante sua ausência, tenham ocorrido coisas que ameacem seus cargos. O relatório da empresa de recursos humanos Randstad constatou que “a crise e a incerteza laboral incidiram no progressivo aumento dos funcionários que não conseguem se desligar do trabalho durante seu período de férias”.

Seis sinais de alerta

1) Trabalho é a principal referência
A carreira profissional é o que define sua vida. Você vive para o trabalho. Você deixa de lado todo o resto.

2) Vida pessoal é posta de lado
Casamento, férias, nascimento dos filhos. Momentos importantes da vida conjugal e familiar ficam sempre de lado.

3) Expediente que não acaba
Tudo começa já em casa, com celular ligado e conferência de e-mails e depois do horário de expediente, você sempre fica mais um pouco.

4) Irritação em alta
Tudo que impede o workaholic de chegar ao seu trabalho ou executar o seu trabalho o irrita: o trânsito, o almoço em casa, por isso ele geralmente é estressado.

5) Conectado o tempo todo
Webmail e a conexão na palma da mão são os sinais principais do workholic. A tecnologia é uma grande aliada e um algoz na vida do trabalhador.

6) Sono prejudicado
insônia é uma constante na vida dos workaholics

7)Sem lazer
Não consegue aproveitar tempos de ócio e lazer e precisa de estar constantemente envolvido em alguma tarefa ou atividade. Não vai mais ao cinema, nem ao bar com os amigos

8) Sem comida
Não completa o horário de almoço ou almoça na mesa do escritório, sem interromper o trabalho.