Regras da iniciativa privada para políticos e funcionários públicos

Hamilton Ferreira Fonseca - hamiltonfonseca@netpar.com.br

Como cidadão e especialista em seleção e desenvolvimento de talentos, sou de opinião que deveria ser exigido o mesmo rigor e ética dos processos seletivos adotados pelas empresas privadas para a eleição de políticos e pretendentes a cargos públicos.

O universo da política e dos cargos públicos
Difere muito do mundo competitivo das empresas da iniciativa privada, sejam elas de qualquer tamanho ou natureza do negócio. A rigor, no mundo dos negócios quem não tem competência e qualificação não se cria no ambiente empresarial, e nem se estabelece como empreendedor. Fica a pergunta: por acaso os negócios de Estado, para um bom gerenciamento, não exigem competências semelhantes?

Critérios e valores diferentes
A prática da política no Brasil, além da distribuição de cargos públicos, não considera fatores de competência e qualificação nos processos de recomendação e apadrinhamento. Embora os órgãos públicos, as empresas do Estado ou de economia mista, adotem processos seletivos nos concursos públicos, não são utilizadas a totalidade das ferramentas, ou seja, entrevistas, dinâmicas de grupo, testes práticos e de simulação de tomadas de decisão, avaliação por competências, análise grafológica, checagem de referências profissionais, bancárias, crédito e antecedentes criminais.

Vestibular para políticos
No mínimo, deveria ser criado um curso intensivo e preparatório para treinar e desenvolver candidatos a cargos iniciais na política, a exemplo do vereador. Uma espécie de vestibular, como faz a OAB. A ficha limpa, por exemplo, já é um passo importante para expurgar políticos ‘profissionais’ desqualificados e que continuam na ativa.

Exemplo de administração pública
O Município de Balneário Pinhal, localizado no litoral do Rio Grande do Sul, com 15 anos de emancipação político-administrativa, ostenta um índice de crescimento invejável. De R$ 9 milhões consolidados em 2004, saltou para R$ 26,5 milhões em 2011 e projeta uma receita de R$ 27,4 milhões 2012, o triplo, desde que Jorge Fonseca, prefeito empreendedor escolhido pelo Sebrae edição 2010, assumiu o cargo. O prefeito atribui o desempenho à gestão profissionalizada. Segundo ele, ser gestor público, com olhar de administrador privado, e ter trânsito, obter resultados, e esgueirar-se das conjunturas da política é um diferencial necessário quando se pretende administrar um Município como se fosse empresa.

Resultados mensuráveis e significativos
O prefeito destaca como principal característica da gestão pública profissionalizada o fato dela pautar-se por resultados mensuráveis e significativos, tendo compromisso com a verdade dos números e dos fatos. Também procura manter um diálogo aberto com seu cliente/munícipe, trabalha sempre por melhores índices de produtividade, potencializa os recursos, valoriza sua mão-de-obra, busca soluções e alternativas onde elas estiverem, procura criar situações e oportunidades, é interessada no futuro, cumpre com seus deveres.

Lei de responsabilidade fiscal
Um grande avanço para a gestão pública foi a implantação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ela colocou freios no trem, delimitou e engessou os desmandos, e padronizou e exigiu limites e cumprimentos dos gestores. E também penaliza quem não atinge os limites estabelecidos. A lei se tornou um divisor de águas nos resultados e limites na gestão pública do país.
O governo está mais técnico
Para o presidente do Banco Itaú, Roberto Setúbal, a presidente Dilma tem a intenção de tornar o governo mais técnico, com a presença cada vez maior de técnicos em áreas importantes. Ela está tentando despolitizar áreas que exigem naturalmente uma discussão mais técnica.

 



 

CURTAS

 


 

FRASE:
Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado.(provérbio chinês)