Temos
feito a diferença no mundo?
Responda sinceramente e marque com um “x” se você
pode dizer que sim a algumas dessas indagações:
1) Você já tirou um final de semana só para
sua família, sem carregar celular ou laptop?
2) Brincou com seu filho, conferiu sua lição e o elogiou
hoje?
3) Já fez o que considera ser uma boa ação
na semana que passou?
4) Parou por um instante para ouvir um colega de trabalho que estava
com dificuldades e precisava de um conselho seu?
5) Dedicou pelo menos alguns minutos para refletir sobre suas atitudes
do dia e fazer uma autoanálise?
6) Respirou fundo por instantes e tentou “parar” de pensar
nos problemas para se dedicar à sua espiritualidade?
Estamos— eu, você, muitos de nós — tão
imersos nas obrigações do mundo material que nos esquecemos
de buscar as mais singelas satisfações que, como diz
a propaganda, “não tem preço”. Discursamos
sobre responsabilidade social, sustentabilidade, futuro do planeta,
mas não nos damos conta das contradições no
nosso dia-a-dia. E não pense que o tema da coluna é
a crítica pela crítica, apenas uma reflexão
para que possamos ultrapassar o discurso e passar à prática.
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Disposição
para deixar nossa marca
No filme “A Corrente do Bem” está um exemplo do
que busco para que possamos viver cem anos bem vividos, com a consciência
tranquila de que passamos pelo mundo e fizemos a diferença,
deixamos nossa marca – e não simplesmente acumulamos bens,
viajamos ao redor do mundo, compramos mansões, realizamos
um casamento de milhões e nos orgulhamos de chegar ao Guiness
Book com o recorde em número de pares de sapato no closet.
Nesse filme, um jovem crê ser possível mudar o mundo
a partir da ação voluntária de cada um. A ideia
é baseada em três premissas: fazer por alguém
algo que este não pode fazer por si mesmo; fazer isso para
três pessoas; e cada pessoa ajudada fazer isso por outras
três. Assim, a corrente cresceria em progressão geométrica:
de três para nove, daí para 27 e assim sucessivamente.
Por que não tentamos isso na nossa vida? Por que adotamos
a letra do “deixa a vida me levar / vida leva eu”?
No futuro, não é apenas o que fazemos contra os outros
que vai pesar na balança da nossa vida, mas também
o que deixamos de fazer por simples omissão, inanição,
preguiça, comodismo, falta de vontade… Nosso gene de “Macunaíma”
precisa ser combatido em prol do bem de outras pessoas. Que tal
começar hoje?
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Experiências
pessoais
Na batalha entre o mundo egocêntrico e toda humanidade que
nos cerca, sempre nos surpreendemos com que podemos contribuir com
os outros e com que aprendemos nas mais simples lições,
mas é preciso ter “olhos de ver”, porque o essencial
é invisível aos olhos, já dizia Antoine de
Saint-Exupèry.
De três semanas para cá, sinto que descortinou para
mim uma nova forma de viver nesse mundo, que sempre nos cobra por
resultados e nos torna impessoais, formais, insensíveis.
E ainda estou descobrindo como fazer a tal diferença na vida
de outras pessoas a partir da corrente do bem e do que sei fazer
de melhor. Aí surgiu uma forma nova de espiritualidade que
não me cabe aqui alardear, mas que veio ao encontro dos meus
anseios em ajudar o próximo e nunca soube de que maneira
isso seria possível. E é. Afinal, isso a gente não
aprende na faculdade ou no mundo corporativo.
Na semana passada, participei de um núcleo onde pessoas numa
região das mais carentes da cidade reúnem-se para
cultivar e reerguer das cinzas valores que não são
fáceis diante dos perigos nas adjacências.
O chamado às drogas, à prostituição,
às más companhias e a uma vida desregrada está
ali nesse lugar que passo a frequentar e ainda não sei como
mas estou ali inserida por alguma força maior e que me motiva
a ajudar essas pessoas que, em realidade, estão me ajudando
como ser humano. Elas expõem os meus pré-conceitos
e defeitos e, como diz Jack Nicholson no filme “Melhor Impossível”,
me fazem querer ser uma pessoa melhor.
Em resumo: estou inserida numa comunidade que não é
a minha, digamos, “realidade”, mas é onde creio
poder fazer a diferença, onde meus olhos brilham como os
do jovem da Corrente do Bem.
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Sair
a semear
Deixo aqui um espaço para quantas pessoas quiserem relatar
essas experiências para que outras se inspirem e possamos,
todos nós juntos, mudar uma realidade para melhor, tornar
mais justa a sociedade de fato e não apenas no discurso.
Isso está em nossas mãos, que precisam semear a boa
semente. Assim como na Parábola do Semeador relatada por
Jesus, a semente a cultivar não pode cair à beira
da estrada, nos pedregulhos, em meio aos espinhos, mas em terra
boa. Só para relembrar, transcrevo a passagem aqui:
“Eis que o semeador saiu a semear. E quando semeava, uma parte
da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;
E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante,
e logo nasceu, porque não tinha terra funda; Mas vindo o
sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz. E outra
caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na. E
outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta
e outro a trinta. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.
(Mateus, XIII, 3 a 9).
Afinal, de que terreno você é feito? A resposta cabe
só à consciência de cada um.
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Frases
“Você
nunca sabe que resultados virão da sua ação.
Mas se você não fizer nada, não existirão
resultados.“
Mahatma Gandhi
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ANA PAULA DE CARVALHO
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