Foto: Adriana
Abreu
Uma
homenagem a nós, mulheres!
Pensei na proximidade do Dia Internacional da Mulher, mas não
queria escrever uma coluna com dados estatísticos de mulheres
versus homens. Não se trata de competição dos
sexos, até porque as mulheres que tentam se igualar aos homens
no mercado de trabalho perdem a parte mais preciosa do seu portfólio:
a ternura.
Assim, começo minha série de homenagens (os homens
que me desculpem, mas esse mês é todo nosso) com o
perfil de Tania Mary Gomez. Com 59 anos e ex-paciente de câncer
de mama, Tania é palestrante, tesoureira da Federação
Brasileira de Instituições Filantrópicas de
Apoio à Saúde da Mama (Femama) e idealizadora do Chaveiro
da Vida. Confira o que essa catarinense natural de Caçador
e paranaense de coração tem feito na área do
terceiro setor, pelo qual receberá homenagem no próximo
dia 10 pela (Business Professional Women (BPW):
Até chegar a se dedicar ao terceiro setor, como você
começou sua carreira?
Tania Mary Gomez – Sempre atuei na área
do ensino. Além de professora primária, também
me dediquei ao ensino fundamental de 5ª a 8ª séries,
2º grau e universidade. Fui diretora de escola com 2.500 alunos,
presidente estadual da Associação dos Administradores
Escolares, gerente de Inspeção e Avaliação
da Qualidade de Ensino do Estado de Santa Catarina e diretora executiva
do Conselho Estadual da Criança e Adolescente de Santa Catarina.
Depois de bem-sucedida na profissão e da aposentadoria, como
foi receber o diagnóstico de câncer de mama?
Tania – Fui diagnosticada com câncer de
mama em fevereiro de 2001 e passei por todo tratamento, desde cirurgia,
quimioterapia, radioterapia até hormonioterapia. Foram momentos
difíceis onde precisei reunir muita coragem e determinação
para não desanimar. Em alguns momentos, pensei que não
teria forças, mas aliei a fé de que iria superar e
sair desta luta como vitoriosa e consegui.
O que mudou depois da doença?
Tania – Sempre fui uma pessoa otimista e com muita
garra em tudo que faço. Direcionei esta característica
para a causa e a defesa das mulheres que vivenciam a doença.
Aprendi a exercer a sabedoria de viver cada minuto com muita intensidade.
Como você passou a se dedicar à causa depois
dessa experiência?
Tania – Precisei aprender sozinha a vencer e hoje
ajudo as pessoas, conversando e orientando as pessoas de que elas
podem ser capazes de vencer. Hoje, fruto da experiência adquirida
e de estudos, ministro palestras sobre prevenção de
câncer de mama, onde mostro meu exemplo pessoal, sempre procurando
desmistificar o temor da doença. Também faço
parte da Femama como tesoureira, representando a Associação
das Amigas da Mama (AAMA), da qual fui presidente por quatro anos.
Da área de ensino a palestrante, você também
se tornou inventora do Chaveiro da Vida. Como isso aconteceu?
Tania – Eu notava nas palestras que as pessoas ouviam
atentamente as orientações, mas aquele conhecimento
se dissipava do mesmo modo como as pessoas iam embora. Com base
nessa observação, idealizei em agosto de 2007 o produto
social chamado “Chaveiro da Vida – Prevenção
ao Alcance das Mãos”.
Com a participação de Márcia Campos como autora
do projeto “Chaveiro da Vida”, obtivemos o 1º lugar
nacional no concurso Prêmio de Mobilização Social
(GESC/Roche). Depois disso, já participamos da
Campanha Esperança e Vida de 2007, onde foram distribuídos
10 mil chaveiros em todo país, do Rio Grande do Sul ao Pará.
Como
o Chaveiro da Vida contribui para a prevenção do câncer
de mama?
Tania – Utilizando minha experiência na educação,
o conceito do Chaveiro da Vida é baseado no construtivismo,
onde cada pessoa constrói o seu conhecimento e, como conseqüência,
o chaveiro. Ele possui três “contas”, que simbolizam
os nódulos que podem ser encontrados na mama. Enquanto os
Estados Unidos estão na primeira “bolinha”, onde
se consegue 95% de cura, no Brasil estamos ainda na terceira “bolinha”,
onde os casos são mais avançados e a cura mais distante.
Qual a mensagem que você deixa para, nós, mulheres?
Tania – Acredito que as mulheres, assim como os homens,
precisam sempre fazer a diferença. Isso requer muito estudo,
trabalho, dedicação e sabedoria. Para enfrentar esse
mundo competitivo, você deve incorporar às suas
ações uma palavra-chave que é a ousadia. Registre
seus sonhos, indo em busca da realização, e só
deixe de persegui-los quando atingir totalmente.
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ANA PAULA DE CARVALHO
anapaula @stampanews.com.br
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